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Como diz a canção, hoje é o primeiro dia do resto da vida ... deste que é o XXI primeiro governo constitucional. Um governo que o Presidente não queria por nada, tudo fazendo para começar a desgastar ainda antes de empossar.
Cada um dos inúmeros episódios destes últimos 50 dias, naquilo que aqui fomos chamando de processo de encanar a perna à rã, não teve outro objectivo que desgastar e desacreditar a solução de governo que resultou das eleições de 4 de Outubro. As ameaças que ontem, no acto de posse do governo, Cavaco deixou no ar não são outra coisa.
Nas poucas semanas que lhe restam em Belém, Cavaco vai continuar a fazer a mesma coisa. Não vai demitir o governo, mesmo tendo esse poder. Mas vai, tanto quanto puder, fazer-lhe a vida negra!
Valha-nos que, mesmo com os poderes intactos - e legitimados pelo voto directo e universal, como fez questão de acentuar - pode pouco. Porque, mesmo que formalmente a mantenha, há muito que perdeu de facto essa legitimição. E hoje não é mesmo mais que o último reduto da direita mais ressabiada e míope.
Já bastam as dificuldades de toda a ordem que este governo vai ter pela frente. Já bastam os equilíbrios de sustentação que tem que gerir, os alçapões da governação destes últimos quatro anos e meio - e até a minagem deste últimos meses - e as enormes dificuldades estruturais que o país tem para vencer. Para ter vida difícil o governo não precisa nada das rasteiras do presidente.
Pelo contrário, ao dedicar-se a fazer a vida negra ao governo em vez de tranquilamente fazer as malas e a limpar as prateleiras, Cavaco só reforçará e prolongará a vida ao governo que detesta!