Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Todo um programa...

por Eduardo Louro, em 12.07.15

Imagem relacionada

 

Ontem, na sessão de encerramento do II Congresso das Empresas e das Actividades Económicas, organizado pela CIP, Passos Coelho afirmou "ser uma ilusão pensar-se que a reforma do Estado traz profundas poupanças orçamentais". Porque não pode cortar mais salários: "não vale a pena. A não ser que mudem a Constituição"!

Nesta aparente simples declaração está todo um programa. Em primeiro lugar porque é imperativo fazer a reforma do Estado, porque o Estado e a forma como é administrado é um dos principais factores responsáveis pela baixa produtividade da economia portuguesa, independentemente de igualmente  bloquear muitos aspectos do funcionamento sociedade e um bloqueio do próprio regime. Em segundo lugar porque, como se sabe, a reforma do Estado foi pedra de arremesso no seio da coligação no governo, com Passos a entregar a batata quente a Portas, com este a deixá-la cair atabalhoadamente, sem arte nem engenho, com o tal Relatório de meia dúzia de páginas em letra de tamanho 18.

Se estas duas razões são a evidência da conhecida incapacidade do governo - deste governo, mas também de todos os outros que o antecederam - para fazer a indispensável reforma do Estado, e da própria incapacidade do regime para se reformar, a terceira vai muito mais longe, e mostra de forma inquestionável que Passos Coelho não concebe qualquer reforma sem corte de salários.

Está nesta expressão todo um programa porque, em terceiro lugar, como se acaba de dizer, para este governo, reformar não é fazer reformas nas estruturas, nas regras e nos princípios de funcionamento, na organização e nos métodos. Reformar é cortar... Cortar acima de tudo salários. Mas também  cortar pensões, cortar serviços, cortar na qualidade dos serviços que não possa cortar, cortar nos deveres do Estado e cortar nos direitos dos cidadãos.

 

(Foto:economicofinanceiro.blogspot.com)

Autoria e outros dados (tags, etc)


1 comentário

Imagem de perfil

De Daniel João Santos a 12.07.2015 às 19:01

a agenda deles é assim e sempre foi assim: cortar!

Comentar post