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Tempo: implacável com Cavaco!

por Eduardo Louro, em 04.08.15

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A UTAO diz que há um desvio orçamental na receita - na cobrança de impostos - na ordem dos 660 milhões de euros, que põe em causa o défice de 3% fixado no orçamento, que o governo jura que é para cumprir.

A oposição, em força, quase que em jeito de festa correu a proclamar bem alto que já não vai haver nenhuma devolução da sobretaxa de IRS. Correu a agitar a mesmíssima bandeira que o governo, e a maioria, tinham agitado a semana passada. O foguetório poderá não ter sido o mesmo, mas não foi lá muito diferente...

O que não deixa de fazer sentido, e de ser até corente com uma certa lógica: é que o governo preparou a cenoura eleitoral da sobretaxa de IRS, com um simulador na página das Finanças e tudo, para apresentar em paralelo com as contas da execução orçamental do primeiro semestre. Se o anunciado bom andamento da cobrança fiscal permitia ao governo prometer a devolução - como se tivesse a devolver alguma coisa, como se não fosse apenas passar a tirar-nos menos um bocadinho - de parte da sobretaxa, naturalmente que o desmentido desse bom andamento pode permitir à oposição desmentir a devolução.

Por isso, por achar que há aí uma certa coerência lógica, não é pelos foguetes que a oposição lançou que o tema, na minha modesta opinião, merece atenção. Não gosto que se festeje o que não há para festejar. Tal como não havia festa nenhuma para fazer pelo simples anúncio de, num futuro mais ou menos próximo, porventura, eventualmente, nos poderem vir a passar a cobrar menos um bocadinho do que nos cobram em excesso. Extraordinariamente, e por isso indevidamente.  Só há pantominice... E a pantominice só tem de ser desmascarada, e nunca festejada. O que não é exactamente o que toda a oposição acaba de fazer.

O que nesta história me prendeu a atenção é mais uma vez o Presidente da República. Lembram-se certamente que Cavaco não quis perder a boleia da pantominice. Que não se limitou a dizer que é "uma boa notícia", foi mais longe e puxou dos galões. Segundo ele próprio, e bem à sua maneira, previra que, ao fim do segundo trimestre deste ano, "a evolução das finanças públicas apontava para o cumprimento de uma défice não superior a 3% e que a evolução das receitas fiscais do IRS e do IVA podia permitir alguma devolução da sobretaxa extraordinária que os portugueses têm vindo a pagar".

Depois da conhecida pontaria que o senhor que nunca se engana(va) tem para estas coisas, era mesmo uma questão de tempo. Só foi mais depressa do que se poderia esperar...

O tempo é um grande juíz, diz o povo. Implacável com Cavaco, diria eu!

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Coisas do tempo...

por Eduardo Louro, em 18.06.13

O Verão, que era para chegar já sexta-feira, acaba de avisar que está atrasado. Pede desculpa por fazer este aviso já tão em cima, mas foi à procura da Primavera e ainda não a encontrou…

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Coisas do tempo. Deste tempo!

por Eduardo Louro, em 08.06.13

Ontem, Vítor Gaspar garantiu que não havia investimento por culpa da chuva. Hoje a chuva apareceu só para dizer que não. Que não tem culpa nenhuma disso. Nem do Vítor Gaspar ser parvo!

E deixou-se ficar. Não que ache que isto seja sítio para se ficar, mas porque acha que quem o aguenta há tanto tempo também a aguenta bem num fim-de-semana prolongado. Mesmo que às portas do Verão!

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Nem tudo é mau, em Portugal!

por Cristina Torrão, em 26.02.13

Com temperaturas a rondar os zero graus (mais coisa, menos coisa), há três meses que o sol praticamente não brilha, na Alemanha. Segundo o Serviço de Meteorologia, trata-se do Inverno mais cinzento dos últimos 42 anos!

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Tempo sem horas

por julieta-ferreira, em 03.09.11

Gostava de ser mais nova.” Foi um quase suspiro, a desejar ter sido um grito, uma frase perdida no meio de um espaço que deixara de ter nome, deixara de ter valor. Porque a velhice se agarra a um tempo, que os outros não entendem por não lhes pertencer, por nunca lhes ter pertencido. Ainda que toda a vida estejamos agarrados a tempos exclusivos, pessoais e intransmissíveis, distantes da realidade dos que volteiam, como abelhas ou libelinhas, abutres ou morcegos, à nossa volta, não é a mesma coisa. Quando nos julgamos incapazes de envelhecer, possuímos a segurança de podermos contornar o incontornável. As palavras são o tesouro e a magia que nos libertam. As limitações e insuficiências das palavras começam a tornar-se mais visíveis e insustentáveis quando o tempo corrói a mente. Começam a enfraquecer, acotovelam-se, tropeçam umas nas outras, ficam encavalitadas e até desligadas, pássaros estonteados à solta, com medo da espingarda certeira do caçador. E a frase atirada para dentro do vazio, ficou ali a espreitar, por detrás de uma cortina que se tinha entreaberto, devagarinho. Falava do que não dizia. Dardejava uma luzinha frouxa na escuridão sem retorno. E roçava, a medo, o medo de ir mais além, na dança tétrica do pensamento que viera à tona, náufrago, muito cansado de tanto esbracejar para se acolher na ilusão de uma terra firme. Apenas a firmeza dos passos curtos e pesados a levarem a mulher, que gostava de ser mais nova, numa direcção única e irreversível. E aquela indelével certeza que o tempo estava a encurtar. Eu fingi que não ouvi e falei sobre a voz desesperançada da mulher que escrevia, na sombra, o diário do tempo sem horas ou das horas sem tempo. Não quis acompanhá-la na vertigem que me faria cair no precipício dela. Usei as palavras com a exuberância de quem ainda não lhes conhecia os limites e a insuficiência. Cortei-lhe o pensamento que ficou inacabado por misericórdia de mim e não dela.

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O TEMPO

por julieta-ferreira, em 14.08.11
O tempo governa as nossas vidas com a implacabilidade de uma presença constante. Limita-nos e condiciona-nos, fazendo alguns de nós seus escravos e mártires. Vivemos em função do tempo que faz, do tempo que dispomos, do tempo que nos falta, do tempo que nos sobra, do tempo que sonhamos vir a ter, do tempo que perdemos, do tempo que já passou, do tempo que ainda não chegou. Somos apreciados pela nossa pontualidade, somos enaltecidos pela rapidez das nossas decisões, somos gratificados pela finalização de trabalhos, dentro do prazo estipulado. Esconjuramo-lo do mesmo modo que o abençoamos. Conhecemos a sua relatividade e, mesmo assim, admiramo-nos da forma como ele se faz sentir, em certos períodos da nossa vida. As suas pegadas, ora céleres, ora vagarosas, tanto nos causam júbilo como desespero. Há os que gostariam de ter parado no passado e não se cansam de afirmar que no tempo deles é que era bom. Alguns prefeririam apagar um tempo que os fragilizou e os impede de viverem plenamente no presente; outros julgam possível ignorar o seu compasso rígido e contínuo, numa revelia que os leva a uma vivência caótica. No entanto, qualquer que seja a situação, tanto em momentos de exuberância como de deplorável infortúnio, queremos sempre mais tempo. Achamos que nunca temos o tempo suficiente para vivermos e realizarmos o que nos propomos realizar, seja lá isso o que for. Não ter tempo é uma desculpa por demais conhecida, andando de boca em boca, nas sociedades modernas. É que, no mundo de hoje, de uma desenfreada tecnologia, onde tudo se movimenta a uma velocidade vertiginosa, há a expectativa de uma produtividade máxima, num tempo mínimo. Acabamos por viver o pouco tempo livre, de que dispomos, em stress, em vez de o aproveitarmos da melhor maneira. E quando sucumbimos à doença que encurtará as nossas vidas e nos privará desse tempo que tanto perseguimos, agarramo-nos, com unhas e dentes, ao pouco que nos resta, fazendo uso de todos os meios possíveis para o prolongar, adiando a sua paragem. Não há quem o detenha, quem o engane ou retenha. O tempo não é nosso aliado nem se compadece de nós pois, na realidade, não existe.

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No dia 27 a sonhar com 11 graus

por Ana Lima, em 27.07.10

Começo a escrever ainda no dia 26. Tinha pensado estrear-me hoje por aqui. Mas, à semelhança da Blonde, o calor deste dia transformou as minhas ideias numa amálgama de fios soltos que parece que não vou conseguir unir nos próximos dias. Eu sou daquelas pessoas para quem o termómetro acima de 30 graus já é sinónimo de tensão baixa ou muito baixa e sono, muuuuito sono... Foi assim que andei hoje, a arrastar-me, sem que os cafés que tomei fizessem efeito.

 

E em Lisboa, para lá de quem, como eu, tinha que se deslocar para e do trabalho, só os turistas passeavam pelas ruas como se estivesse bom para passear. Não estava. Os únicos sítios onde valia a pena abrandar o passo era na entrada das lojas em que o ar condicionado nos recordava como são boas as temperaturas mais amenas. Ao mesmo tempo, dos automóveis com ar condicionado, era expelido um ar quente como que a acentuar ainda mais a tortura de quem tinha que andar a pé. Até os pombos, que normalmente nos fintam com os seus voos rasantes, estavam hoje estranhamente quietos. Parecia que nem um saco cheio de milho ou pão os faria sair de onde estavam.

 

E depois há os sem-abrigo. E os sem-abrigo, por mais calor que esteja, insistem em vestir-se com roupa quente, de manga comprida, não sei se por não terem onde a deixar se por quererem evidenciar uma atitude de desafio, até perante o clima.

 

Quando entrei em casa nem queria acreditar. Tinha conseguido sobreviver! Mas amanhã... amanhã é uma nova batalha. Ah, como é bom o Verão!

 

Bem, parece que afinal ainda escrevi qualquer coisa. E assim estreio-me a 27. Também tem algum simbolismo. Pena não estarem 11 graus...

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Um prémio pelo apagão

por Daniel João Santos, em 28.02.10

 O mau tempo que se registou ontem provou aquilo que é Portugal. O pais, perante umas rajadas de vento e uma chuva, desligou.
 
Segundo a EDP e REN,  foram atingidos 1 milhão de clientes.

Aqui onde estou, Santa Maria da Feira, a cerca de 20 kms do Porto e no Litoral moderno, as primeiras rajadas de vento foram o suficiente para 12 horas sem energia eléctrica.
 
Está mais que provado a fragilidade de um pais de meia dúzia de kms, que não tem um plano secundário de abastecimento. Os lucros da REN são muito mais importante que o abastecimento de energia a quem precisa. Só por aqui, foram lojas, cafés, restaurante  fechados e os donos de mãos na cabeça.
 
Depois disto tudo, deste Inverno mais rigoroso, mas nada de mais, aguardo pela entrega dos prémios aos administradores da EDP e REN, que mostraram como faz falta a concorrência em Portugal.

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Uma questão de tempo

por Daniel João Santos, em 25.08.09

relogio

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