Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Sem novidades

por Eduardo Louro, em 21.09.15

Imagem relacionada

 

Na Grécia, tudo na mesma... Tsypras voltou a ganhar, e vai voltar a formar governo com os mesmos gregos independentes. Tudo na mesma: o Syriza, a direita da Nova Democracia, a extrema direita da Aurora Dourada, os socialistas do PASOK, tudo como em Janeiro, mais voto menos voto. Tudo na mesma, com a realidade a trocar as voltas às sondagens. Como tem acontecido por todo o lado, e vai inevitavelmente acontecer também por cá, onde já não há pingo de vergonha, com resultados por encomenda, à vontade do freguês.

E, com tudo na mesma, vamos começar a voltar a ouvir falar da Grécia. Até porque já anda tudo farto de refugiados, o tema já começa a estar gasto e é preciso mudar de assunto. Mesmo sem novidades! 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Que falta de imaginação!

por Eduardo Louro, em 17.07.15

Imagem relacionada

 

Já tínhamos percebido que a maioria no governo iria fazer da Grécia o alfa e o ómega da campanha eleitoral. Vai fazê-lo até à exaustão: "olhem para a Grécia e vejam do que vos livramos"...

O que ainda não tínhamos percebido é que o PS vai fazer o mesmo. Já aí está à vista de todos: "olhem para o que o Syriza fez à Grécia e vejam lá onde vão votar"... 

Acredito que não  ouviremos isso da boca de António Costa. Não pode,  ficaria muito mal na fotografia se o fizesse, depois do entusiasmo que começou por manifestar. Mas também não precisa.

Não lhe falta gente para isso, e Francisco Assis, Jorge Coelho e Luís Amado já começaram a dizer como se faz. Assis, sem surpresa. Por convicção. Coelho, por pantominice. Mas também sem surpresa. Já Amado diz outra coisa, para dizer o mesmo... De outra forma, mas ainda sem surpresa.

Que falta de imaginação!

Autoria e outros dados (tags, etc)

Paradoxo: com certeza uma palavra ... grega...

por Eduardo Louro, em 16.07.15

Imagem relacionada

 

Há pouco mais de uma semana os gregos disseram "não" a mais austeridade. Ontem, uma sondagem inidicava que os gregos diziam "sim" a mais um programa de austeridade, aprovado pelo Parlamento já madrugada dentro, bem para além do limite da meia-noite imposto pelos credores (sim, não há outra designação). 

Tsipras não acredita no programa, e disse-o com todas as letras. Que assinou, que teve de assinar e defender no Parlamento grego. Que o aprovou com votos de oposição, com a maioria dos votos contra a partir do partido de Tsipras. 

É destes paradoxos que se faz hoje a história da Europa. Foi até aqui que o directório alemão que manda na Europa nos trouxe. Todos querem expulsar a Grécia, mas ninguém quer ficar com esse ónus. Queriam que fosse o Syriza a fazer-lhe o favor, mas Tsipras percebeu isso. E percebeu que nesta altura está tudo virado ao contrário. E que é justamente o seu eleitorado, os mais desfavorecidos dos gregos, os que mais sofrem, que mais ainda teria a perder. Ganhar, ganhavam os outros, os que tinham dinheiro e o tiraram todo do país... para depois, incólume e reforçado, se servir à vontade do espólio que sempre fica entre os destroços.  

E para que a história dos pardoxos não acabe aqui, os mercados acordaram esta manhã em euforia com o "sim" grego. Como se só eles não percebessem nada do que se está a passar... Como se só eles estivessem convencidos que aquilo que o Parlamento grego votou tem algum tipo de aplicabilidade, quanto mais alguma probabilidade de sucesso.

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)