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Entre passos atrás e passos á frente, e às vezes passos para o lado, com a sempre adiada vaga de fundo cada vez mais virada para vistas do Guincho, Rui Rio lá vai construindo a história da sua candidatura a Belém. Sem dúvida, uma história de passos...
Que a Passos dava jeito, e que por isso sempre alimentou... Mas que a Rio só dava jeito em função do destino de Passos. Deu passos atrás e à frente, deu passos para entrar e para logo sair, para estar sem estar e sair sem sair ... de cena. Finalmente a revelação: será candidato se a coligação ganhar! E já está tudo combinado com Passos...
Que surpresa!
A Passos interessa ter tudo combinado com Rio, mesmo que, se perder, isso lhe valha de pouco. Rio está interessado em dar passos em direcção á cadeira de Passos. Se ele de lá não for obrigado a levantar o rabinho, não há nada a fazer... Sem nada a fazer, e para nada fazer, não há melhor que Belém. E sempre pode ser que os passos do Passos o ajudem no passo maior que a perna que terá que dar para defrontar o Marcelo.
Bom mesmo era que a coligação perdesse, não era Rui? Eu também acho... É que há passos e Passos, e uns são mais seguros que outros. Não precisave era de chamar para aqui os interesses do país, que não têm nada ver com os passos que quer dar!
Vi apenas algumas passagens da entrevista de Rui Rio. Do resumo fixei apenas a parte em que Rio se referiu ao caso de Sócrates. Rui Rio afirmou acreditar que José Sócrates é culpado. Não aprecio a personagem José Sócrates, por isso não estou aqui para o defender, estou apenas a colocar se Rio podia ou não ter feito tal comentário. O Zé da Esquina, de barriga encostada ao balcão pode, sem duvida, dar tal bitaite. Agora, Rui Rio, candidato a Presidente: não!
Proponho um cenário: Rui Rio candidata-se e vence. Considerando a lentidão da justiça, poderemos ter um Presidente que considera culpado uma pessoa que está a ser julgada.
Tinha Rui Rio como uma pessoa inteligente e tinha-o em melhor conta.
Rui Rio vai mesmo avançar... Passos Coelho continua dono das cartas. Baralha, parte e dá... E lá fica Marcelo mais uma vez a vê-las passar... Sempre carta fora do baralho!
Quando, há dias, foi apresentada a plataforma “Uma agenda para Portugal”, dada na altura como a passadeira vermelha estendida a Rui Rio, o ex-presidente da Câmara da Invicta correu a demarcar-se da iniciativa, dizendo-se fora da política, que a única coisa que agora procurava era trabalho. Que não era de famílias e que precisava de se fazer à vida...
A verdade é que, desde aí, não há dia - diria mais, hora que seja - em que se não ouça falar dele: Rui Rio recusa convite de Passos Coelho para o Banco de Fomento; Rui Rio em conferência à porta fechada, iniciativa da plataforma “Uma agenda para Portugal”; Rui Rio quer consensos políticos para "acabar com isto" da dependência do Tribunal Constitucional; Rui Rio propõe que a abstenção eleja cadeiras vazias na Assembleia da República; Rui Rio diz que "temos visto demasiada política na justiça e demasiada justiça na política"; Rui Rio diz que o país corre o risco de caminhar para uma "ditadura sem rosto" ...
Fora da política, aí está ele a fazer-se à vida: um exemplo na procura activa de emprego!
O novo banco público, dito de fomento, estará de pé no primeiro semestre do próximo ano.
Já há um banco público – a Caixa Geral de Depósitos – que tem tudo para fazer o que deste se pretende, ao que se diz gerir a distribuição dos fundos europeus do novo quadro comunitário que aí vem. Tem mesmo tudo, e seguramente em tudo tem vantagens comparativas com qualquer novo operador. Acresce que também a banca privada pode fazer o mesmo, como de resto o tem feito nos anteriores quadros comunitários.
Se já isto nos pode levar a torcer o nariz ao novo banco do Estado, mais estranho é ainda que esta seja uma iniciativa de um governo que tudo quer tirar do Estado. Que privatiza tudo o que mexe, que acabou de vender os Correios, que são públicos em praticamente todo o mundo, e que pretende mesmo transferir para o sector privado grande parte dos serviços de natureza eminentemente pública, nalguns casos, como os da saúde e da educação, em situações de verdadeira parasitagem.
À partida, o mínimo que se poderia dizer desta ideia que nasceu nestas cabecinhas do governo, a que muito rapidamente deu forma, é que não joga a bota com a perdigota. Não faz sentido!
A menos que pensemos um bocadinho no que pode representar este novo banco. Que comecemos a perceber que vai poder intervir na economia como nenhum outro, porque é muito, mas mesmo muito, o dinheiro que vai ter à disposição, mas porque vai até poder entrar no capital das empresas e na gestão dos próprios projectos. E que percebamos finalmente o imenso pantanal de promiscuidade entre o público e o privado que este banco poderá potenciar…
É isso. Aí está. Para já garante mais uns postos dourados para umas dezenas de boys, cujo pontapé de saída foi dado com a palhaçada – perdoem-me a expressão – do convite a Rui Rio que, como não poderia deixar de ser, recusou. Um convite que diz tudo sobre a falta de escrúpulos que, também a este propósito, passa pela cabeça deste governo.
Não é porque o banco vai ter sede no Porto que Passos Coelho convidou Rui Rio, embora possa ter sido por isso que convidou Paulo Azevedo (portuense deslocado em Lisboa, ex-BCP) o indigitado presidente cujo perfil nada, mas mesmo nada, tem a ver com o de Rui Rio. Não terá certamente sido por isso que o lugar de Franquelim Alves (ver aqui e aqui) foi o primeiro a ser reservado, com o seu nome a ser imposto ao presidente, mesmo que esse se chamasse Rui Rio...
Comemora-se hoje o dia internacional contra a corrupção. Não sei porque é que me lembrei disto!
A apresentação da plataforma “Uma agenda para Portugal”, dada como a passadeira vermelha para levar Rui Rio - que naturalmente negou, sem que isso acrescentasse ou retirasse o que quer que fosse - à presidência do PSD, lançou a histeria na direcção do partido. E se a coisa fica histérica quem logo se chega à frente é a vice-presidente Teresa Leal Coelho que, sem mais, se atirou aos barões que nem gato a bofes…
Também Passos não conseguiu no primeiro momento esconder o nervosismo. Deixou passar o dia – não tem mesmo asas, nem para voar quanto mais para golpes da dita – e já lá para o fim mandou-se de cabeça para a recandidatura à liderança do partido.
Tudo isto no dia do ano em que mais de fala de Sá Carneiro!
Um grupo de personalidades da área social-democrata lança esta quarta-feira, no Porto, um movimento cujo objectivo passa por “encontrar uma estratégia alternativa para Portugal, capaz de unir diferentes sensibilidades” : Plataforma Uma Agenda para Portugal.
Pelo que se entende das afirmações de coordenador desta plataforma, movimento ou o que lhe quiserem chamar, não se trata de debater pessoas, mas debater ideias. No entanto, as ideias do coordenador vão sempre dar a Rui Rio.
Compreendo que Rui Rio, após ter entregue a câmara do Porto a Rui Moreira e ao PS, queira agora tentar lugares mais altos. O que se espera, apesar da memoria curta tão característica dos portugueses, que as atitudes de Rio contra o seu próprio Partido não sejam esquecidas e sirvam de exemplo daquilo a que o ex-autarca do Porto é capaz.
Fica apenas a questão: por onde andaram durante estes anos, desde que o PSD se tornou governo, estes senhores que agora procuram uma estratégia alternativa?
Ao abandonar ontem, ao fim da tarde, a nova praça, Rui Rio foi inesperadamente abordado por Manuel Leitão, empresário e editor do guia de restauração Porto Menu, que tem na capa uma imagem de uma fachada do Mercado do Bolhão onde se lê a frase "Rio és um FDP", que se abeirou dele e lhe perguntou: "Sabe quem eu sou?" Ao mesmo tempo, Manuel Leitão agarrou e torceu a orelha esquerda do presidente da câmara(...) As pessoas que acompanhavam o presidente da câmara, designadamente Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto e da Porto Vivo, afastaram o empresário, que na mão trazia uma camisola em tons de azul-escuro onde se lia: "Quem vem e atravessa. Rui és um FDP. Fora Do Porto." (Publico)
Afinal o fulano atravessa ou é atravessado das ideias?
De que forma um movimento que ocupa uma escola abandonada, que depois é autorizado pela Câmara Municipal, promovendo nesse espaço actividades de carácter social, dança, yoga e até apoio escolar a crianças, é prejudicial para o senhor Rui Rio?