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O Ministério Público está a investigar o(s) negócio(s) da PT que a levaram à ruína. Tudo começou com a venda da VIVO à Telefonica, se bem se lembram. E depois veio a OI, e o descalabro. Pelo meio, tudo o que serviu para a classe política se prostituir nos negócios... Nesses e noutros, ainda sem investigação...
Mas nesses sabe-se que houve envolvimento pessoal de Sócrates - e nos outros também, Sócrates estava em todas - e de Lula da Silva. Por cá, Sócrates está preso. Por lá , sabe-se que Lula da Silva não está nos seus melhores dias, e que está presa gente que lhe é muito próxima, como José Dirceu e Octávio Azevedo, já detidos no âmbito do escândalo “Lava Jato”.
Quem está fora disto é Passos Coelho, que garante que Lula nunca lhe meteu cunha nenhuma, como o Daniel refere abaixo. E que, da sua parte, se limitou a manifestar-lhe a estranheza por nenhuma empresa brasileira surgir interessada nas privatizações em Portugal.
Está visto que cada um é para o que nasce. E Passos nasceu para isto: o seu negócio é privatizações!
A PT e a brasileira OI anunciaram hoje a há muito previsível – desde que, há meses, Zeinal Bava assumiu a presidência da operadora brasileira – mas sempre desmentida fusão. Que dará origem à CorpCo, o maior operador de telecomunicações de língua portuguesa, com 100 milhões de clientes, que integrará o top 20 mundial do sector.
Mas uma empresa brasileira, sedeada no Brasil e a partir daí governada por Zeinal Beiva. Que a anunciou como operador de quatro continentes, mas onde verdadeiramente apenas um conta: Timor não conta e sempre pouco contará, e Angola, que contava, irá deixar de contar. Por várias razões, entre as quais a forte presença de Isabel dos Santos na Zon, e agora na também nova fusão com a Sonaecom.
Adeus PT, adeus a um dos maiores e mais qualificantes investidores nacionais e adeus a um dos mais qualificados centros de decisão nacional, a dar um ar de canto do cisne ao Data Center da Covilhã (na imagem), acabado de inaugurar.
Não estou nada certo do interesse nacional nesta fusão. Mas, pelo contrário, estou bem certo do interesse dos principais accionistas nacionais, em particular do BES e da Ongoing, de Nuno Vasconcelos, ambos com assento na administração. O que, pelos vistos, levanta grande perplexidade no Expresso, como se percebe pelo que escreve o Nicolau Santos, que pergunta o que é que eles (Ongoing, evidentemente) “fazem no board,” “quem lhes deu a mão” e o “que é que a nova empresa ganha com isso”.
À última, responde ele próprio: “nada, só perde”. Às duas primeiras, como ele não responde, respondo eu: é simples, ao que há muito se sabe são accionistas de referência da PT; à qual foi atribuída a representação de 38% no capital da nova empresa.
A pergunta poderia ser outra: como é que a “completamente descredibilizada” Ongoing atingiu tal posição?
Mas essa era para fazer há muito tempo, agora é muito tarde!
Os accionistas votaram hoje, em assembleia geral, a eliminação da golden share na Portugal Telecom (PT), com 99 por cento dos votos.
Este país é fascinante. A lei diz quem tiver participações superiores a 10 por cento numa empresa, tipo o BES na PT, que tem agora 10,03 por cento, recebe os dividendos livres de impostos. Quem tiver menos que isso, tipo um pequeno investidor com "meia dúzia" de acções paga imposto... já me esquecia, o BES comprou a percentagem que lhe faltava para os 10 por cento, vai receber 117 milhões, não pagando assim 34 milhões em impostos. Chama-se a isto, com a devida vénia a quem consegue defender esta coisa, uma verdadeira pouca-vergonha. Quem tem muito não paga, o pequeno paga pela medida grande.
Depois de ouvir Zeinal Bava, Presidente da PT, fico com certeza que extraordinário seria se ele não tivesse avançado com um numero de contorcionismo, capaz de envergonhar qualquer profissional da nobre arte circense.
"Se estivesse no poder, um governo de direita PSD+ CDS, o resultado final seria o mesmo. A diferença estaria, de certeza, na forma e no caminho seguido. Menos atabalhoado, menos confuso e mais transparente." - Manuel Castelo-Branco, 31 da Armada
(Uma barrigada de rir.)
Se, conforme diz Sócrates e alguns analistas, vender a VIVO e comprar parte da OI é um excelente negocio, ao que parece a OI é maior e com mais clientes, porque razão estava a PT na VIVO e não na OI?
Parece que neste jogo ganha para já Portugal. Vamos ver com que custos e que mensagem é enviada a potenciais investidores na nossa economia.
Este PSD, tirando Pacheco Pereira, consegue numa belíssima cambalhota aprovar um inquérito parlamentar sem ter de fazer o que disse, ou seja, avançar com um moção se censura.
Se alguém esperava algo de novo dali, mais propriamente de Passos Coelho, enganou-se redondamente.
Considerando que o PSD vai votar favoravelmente o relatório onde se afirma que José Sócrates mentiu ao país. Considerando que Pedro Passos Coelho afirmou a apresentação de uma moção de censura se isso fosse provado. Temos então de considerar que o passo seguinte do PSD, pelas considerações anteriores, será o derrube do actual governo minoritário de Sócrates.
Isto se não considerarmos a "estabilidade" que Pedro Passos Coelho tanto aprecia.