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Padrinhos

por Eduardo Louro, em 12.01.16

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É curioso que ainda ninguém se tivesse lembrado que Marcelo se baldou à tropa. Que só agora o tema seja assunto. Normal, à época.

Não que fosse normal, na altura, escapar à guerra colonial. E muito menos à tropa, que sendo a mesma coisa, mas não era bem a mesma coisa... Toda a gente lá ia bater com os costados, sem apelo nem agravo. A não ser que desertasse. Ou que tivesse padrinhos...

E aí está. O que não faltava - não falta, nem nunca faltou - a Marcelo foi padrinho. Nem percebo porque se fala tanto do pai, simples ministro do Ultramar...

Mas, como bem se sabe, isso aqui não interessa nada. Lá para a América é que têm a mania de levar estas coisas a peito...

 

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Maratona de debates presidenciais

por Eduardo Louro, em 04.01.16

 

 

Não sei - não faço mesmo ideia - como o país real está a seguir esta maratona de debates presidenciais com que o novo ano abriu. Admito que com grande indiferença!  Provavelmente com a indiferença do costume, que nem o mau tempo que certamente prendeu mais as pessoas por casa, conseguiu contariar. Também, com alguma probabilidade, com a indiferença que o excesso provoca: uma tamanha dose diária de debates só não afasta quem, por dever, não possa afastar-se.

Viu-se de tudo o que se espera ver quando os candidatos são tantos. Dez, nunca houve tantos. Viu-se, logo a arrancar, um murro na mesa de Cândido Ferreira (na foto). Tão violento quanto justo. E justificável. E viu-se o inenarrável Tino a lançar foguetes e a fazer a festa, todo contente, com as canas. E a partir destes dois momentos altos viu-se claramente visto que Marcelo está ali para não ser incomodado - o que passa por não incomodar ninguém - neste seu passeio que pretende o mais descontraído possível. Nem que para isso tenha que se prestar a alguma figuras de que, de todo, se deverá orgulhar...

Se já se previa fácil e tranquílo esse passeio de Marcelo a caminho do plesbiscito do próximo dia 24, mais fácil se percebe pelo desempenho daqueles que supostamente seriam os seus principais adversários. Dos dois que, pelas sondagens, discutirão o segundo lugar, que numa forçada segunda volta lhes poderia abrir a janela da bipolarização, que na maior parte das vezes deixa entrar o ar da esquerda. Com maior - Maria de Belém - ou menor surpresa - Sampaio da Nóvoa - os dois maiores adversários de Marcelo não conseguiram fugir a prestações medíocres.

Ao contrário de Henrique Neto que, já com alguma experiência em televisão, e sabendo que o único caminho que tem pela frente é o do ataque, surge neste momento como vencedor do prémio da combatividade desta maratona, ainda com cheiro a S.Silvestre. Que Marcelo ganha sempre, sem precisar de fazer nada... 

Marisa Matias tem discutido com Henrique Neto a primazia pela substância do debate, e Edgar Silva está ali apenas para segurar o eleitorado do PC, para aproveitar este palco para os ataques ao PS, que noutros são agora mais complicados. 

Se alguém depositava altas expectativas em Paulo Morais, desiluda-se. Ao esgotar o seu espaço de intervenção no mono tema corrupção, numa abordagem muitas vezes demagógica, arrisca-se a banalizar um tema central da vida do país. E a pior maneira de enfrentar um grande problema é banalizá-lo!

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