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Parece que o PSD está a tentar acertar o passo e corrigir os desvios dos últimos anos. Se assim é, saúdo vivamente a inflexão, que poderá voltar a cativar muita gente que deixou de se rever na deriva liberal populista do partido, capturado num aparelho de interesses dirigido por gente pouco estimulante, para não dizer outra coisa. 

É tempo disso, de regresso à matriz social-democrata. A eleição de Marcelo - mais que a eleição, a forma como foi construída -, por uma lado, e a entrega do CDS ao seu próprio destino - "bem entregue", como se vai vendo pelo discurso de Cristas - constituem a oportunidade para a reconciliação do partido com as ideias da social democracia e para a recuperação de algumas das suas mais produtivas élites.

O problema é fazer isto com as mesmas pessoas. A dificuldade está em acreditar que  quem vai tirar o partido daqui sejam os mesmos que lá o meteram. Pois é: a oportunidade está aí, mas o oportunismo também... 

 

* A expressão até pode ser minha, mas a ideia já nos foi deixada por Agostinho da Silva há muitos, muitos anos.

 

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Fraude eleitoral

por Eduardo Louro, em 20.11.15

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Já se sabe - foi a própria Maria Luís Albuquerque a afirmá-lo - que a devolução da sobretaxa de IRS, anunciada em jeito de leilão, a subir a cada dia que se aproximava o 4 de Outubro, até com um simulador logo disponível no site das Finanças, não deu em nada. Não há afinal nada para devolver! 

há muito que se sabia disso, que tudo não passava de mais um embuste eleitoral. A esquerda fartou-se então de avisar que o governo estava a reter indevidamente os reembolsos de IVA às empresas para ficticiamente aumentar a receita da cobrança de impostos, e assim alimentar a burla eleitoral da devolução da sobretaxa, coisa sempre prontamente desmentida pela coligação e o pelo governo. Burla agravada, portanto.

Tão agravada e sem atenuantes quanto Passos, Portas e Maria Luís não vêm dar qualquer explicação para o facto de, de repente, logo a seguir às eleições, a suposta devolução da sobretaxa cair de 35% para 0%. Para nada. A ministra das finanças limitou-se a comunicar que não há nada para devolver. Sem mais nada, como se nada se tivesse passado... Como se não tivesse importância nenhuma.

Depois das mentiras na campanha eleitoral de 2011, Passos Coelho decidiu continuar a mentir em 2015. Mas com maior dolo, fazendo passar a mentira por uma suposta sofisticação técnica, que lhe mascarava dolosamente o ar de lixo tóxico eleitoral, dando-lhe o ar sério que nunca teve.  O próprio suposto enquadramento técnico era fraudulento e sem nexo: remetia para o orçamento de 2016 o que era  do orçamento de 2015.

No meio de tudo isto, entolado até ao pescoço em burlas e fraude eleitorais, é Passos Coelho - pasme-se - quem tem o desplante de dizer que o putativo governo do PS, mais que ilegítimo, é uma fraude eleitoral.

Triste país, se o que merece é gente desta!

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Adivinhações

por Eduardo Louro, em 23.10.15

 

Ainda em ressaca do mais lamentável discurso alguma vez ouvido a  um chefe de Estado democraticamente eleito, que doravante deve ilustrar tudo o que um Presidente da República não pode ser nem representar, dei comigo a pensar quem é que Passos e Portas conseguirão recrutar para o novo governo.

Sabe-se que para, além de ambos, se manteria a Maria Luís. E que os do CDS, à excepção do Pires de Lima, seriam também para manter, até porque o resto do pessoal já está todo empregado, pelas notícias que se têm visto no Diàrio da República. O da lambreta tratou disso tudo, e deixa perceber que se manterá, no governo e na pasta. A Cristas deverá mudar de pasta, mas permance de pedra e cal no governo preso por arames.

O problema é que para o poder de sedução que Cavaco pede ao novo governo é preciso gente nova e.... sedutora. Estava a imaginar por aí uns figurões disponíveis a fazer uma perninha para a fotografia: aquilo era só um instante, era mesmo só pousar para a fotografia. Depois, logo a seguir, voltariam aos seus gabinetes de advogados... Aos conselhos de administração seria mais difícil, por isso por aí o campo de recrutamento seria sempre mais limitado. Mas a ameaça que Cavaco deixou, de manter o governo mesmo que chumbado na Assembleia da República, baralha-lhes as contas.

Contas podemos nós fazer. Basta esperar pelos nomes: se lá estiverem alguns dos mais sonantes - a sério, não é dos da treta - é certo que o passo seguinte não será manter o governo em gestão!

 

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Como se nada se passasse...

por Eduardo Louro, em 21.10.15

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A transparência, a credibilidade e a seriedade política não são apenas estilhaçadas com falsas promessas, demagogia, trapalhadas e mentiras nas campanhas eleitorais. São-no também - e muitas vez mais - com as caras que se escondem.

Quando a poderosa máquina de propaganda da coligação escondeu Marco António Costa da campanha sabia o que estava a fazer. Quando a primeira cara da vitória na noite eleitoral é exactamente a que a propaganda escondeu durante a campanha, percebe-se a transparência e a credibildiade da campanha que fizeram.

E quando, quer no folclore  das visitas e recepções supostamente negociais, quer do vai-vem a Belém, a cara mais vista pelas câmaras fotográficas e das televisões é justamente a de Marco António Costa, percebe-se seriedade política de Passos Coelho.

Estranhamente, isto não se discute. Discute-se quem trai quem, discute-se o que seria a verdadeira vontade deste e daquele eleitorado (a propósito, imperdível a crónica de hoje do mestre Ferreira Fernandes), discute-se o que foi e o que não foi dito em campanha. Mas a autêntica vigarice que é este tira e põe, esta maneira de apagar o mago das finanças de Gaia da fotografia da campanha, para logo o recuperar  para a foto do poder, passa como se nada se passasse...

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É espantoso como a coligação de Passos e Portas, cujo único programa era o de ataque ao programa do adversário, de repente fica disponível para governar com esse programa.

Porque não apresentaram programa nenhum, até se poderia ser levado a pensar que estariam legitimados para governar com qualquer um. O problema é que o único elo que a coligação criou com os seus eleitores foi o da rejeição desse programa. 

Sem mais nada para dizer, a coligação limitou-se a repetir-nos que aquelas medidas eram o regresso ao passado, o despesismo, a bancarrota... Adeus aos compromissos europeus, adeus mercados... O apocalipse. Todos os sacrifícios que fizemos teriam sido em vão.

Mas afinal não era nada disso. Era tudo a brincar, agora não faz mal nenhum e Passos e Portas dizem - repito, dizem - que todas essas medidas são muito bem vindas ao programa do governo que por nada querem largar.

Não vou dizer que nunca ninguém em Portugal chegou tão longe em matéria de traição ao voto. Até porque nem me parece que isso seja coisa que preocupe muita gente, que já provou que convive bem com isso. Mas tenho que dizer Passos e Portas perderam toda a legitimidade política que ainda pudessem ter!

E pode ser que assim a sua máquina de propaganda comece a abrandar...

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Expresso

 

Não consegue deixar de mentir... Não há nada a fazer, está-lhe na massa do sangue. Bem podia seguir o conselho de Mira Amaral, e mandar erguer uma estátua a António Costa, na S. Caetano. E, para que o Ângelo Correia não pare de rir a bandeiras despregadas, ir a Fátima acender uma velinha. E mandar benzer o crucifixo...

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Gente de fé em gente trapaceira

por Eduardo Louro, em 01.10.15

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No PSD já há quem o compare a Cavaco, e veja as portas a abrirem-se para mais um reinado de vinte anos. Um verdadeiro artista da cassete pirata, este Pedro... Agora até arranjou um terço, disfarçado de trampolim para mais uns votos, aquele plus que, tem fé, o pode projectar para a maioria. Absoluta, impronunciavelmente absoluta. Não larga o crucifixo e manipula a fé.

Não importa que fé seja, importa que o ouçam falar nela. Nem que seja para dizer que tem fé que as pessoas tenham fé nele... Pobre país. Pobre gente que, empobrecida e indefesa, à mercê de gente trapaceira, tamanha cruz tem de carregar... 

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Volkswagenizar

por Eduardo Louro, em 29.09.15

 

Nasceu uma nova palavra. É germanófila, e não fazia falta nenhuma, porque já cá tínhamos de mais. Se há coisa que não falta na língua portuguesa é riqueza de expressões ajustadas ao acto de enganar, ludibriar, iludir, surrupiar, lixar, mentir dolosamente ou simplesmente mentir com simples dolo. Mesmo assim, aí está: Volkswagenizar!

Toda a gente volkswageniza e nesta altura, mais, ainda. Passos e Portas volkswagenizam  em grande, à Passat ou Phaeton, volkswagenizam como se não houvesse amanhã.

Maria Luís é também viciada em Volkswagens. Segue-as à risca, tim tim por tim tim

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A estratégia que os marketeers (brasileiros, como sempre) desenharam para a coligação é simples: esconder Passos Coelho, mantê-lo afastado do debate - mas sempre com ar muito atarefado, num corrupio de funções de Estado - para que nem preste contas sobre os quatro anos de governo que ficaram para trás, nem apresente as contas para os quatro anos de governo que quer pela frente.

O resto é com as televisões, mandando todos os debates – de que Passos se dispensa – para o cabo, e batendo recordes de shares em canal aberto com as suas telenovelas. E com dois ou três sound bytes, sempre com a Grécia como o papão. E com as redes sociais minadas de perfis falsos a fazer o trabalho mais sujo...

É simples e resulta. Está a resultar!

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Vale tudo?

por Eduardo Louro, em 14.08.15

Resultado de imagem para passos coelho em férias manta rota

 

Chocante. Não encontro outra palavra para descrever as imagens do primeiro dia de férias do primeiro-ministro, que acabam de passar na televisão. 

O forte dispositivo policial de todos os últimos quatro anos, que o mantinha longe do contacto e dos olhos de toda a gente, é agora substituído por câmaras de televisão a captar beijinhos e abraços a tudo o que é povo. E o percurso até à praia, outrora escondido por um cordão policial, é agora um caminho livre, percorrido pausadamente de mão dada com a mulher, de cabeça destapada, amparada a uma canadiana...

Não pode valer tudo! Não devia valer tudo... 

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