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A viagem do Papa Francisco ao Brasil, no âmbito da 28.ª Jornada Mundial da Juventude, que hoje termina, confirma a popularidade ímpar deste a quem chamam já o Papa do Povo. E reforça-a, tornando-o já, ainda em início de mandato, no mais fascinante de todos os Bispos de Roma.
Há frases que dizem mais do que aquilo que dizem. Quando ditas pelo Papa dizem ainda mais. Quando ditas pelo Papa, e em português…
- “Gostaria de bater a cada porta, beber um copo de água, tomar um cafezinho … mas não um copo de cachaça…” – dita na favela da Varginha, pelo Papa, diz bem mais do que dizem as palavras que a compõem. Diz proximidade, em vez distanciamento. Calor, em vez de frio. Afecto, em vez de indiferença!
Dizer a jovens que “nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança” e que “não fiquem na parte de trás da fila, cheguem-se para a frente … porque são vocês os agentes da construção do futuro” poderia não passar de palavras de circunstância. Ditas pelo Papa Francisco dizem mobilização. Mobilização para a mudança, em vez de conformismo e alheamento!
Este é um papa diferente. Parece-me a mim, que sou laico, um papa que faz falta neste mundo actual, à solta, desregulado e desenfreado!
Curioso é que a próxima Jornada Mundial da Juventude esteja já marcada para Cracóvia, na Polónia. A Cracóvia natal de João Paulo II, outro campeão de popularidade. Mas diferente…
Da homilia do papa Francisco na missa solene de inauguração do seu pontificado (hoje, 19 de Março):
De um post meu, publicado quatro dias antes:
Da Declaração dos Direitos dos Animais:
Artigo 2º
1. Todo o animal tem o direito de ser respeitado.
3. Todos os animais têm direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.
'Tamos nessa, Chico!
Já aqui falei no Instituto para a Zoologia Teológica (Institut für Theologische Zoologie), com sede em Münster, na Alemanha. Um dos seus fundadores é o padre Rainer Hagencord que, já depois de ter sido ordenado, tirou os cursos de Biologia e Filosofia, com foco na Biologia do Comportamento, interessando-se pelo diálogo interdisciplinar entre Teologia e Biologia.
Deparei, agora, com a sua interpretação da passagem do Génesis, em que Deus cria os animais:
Deus disse: «Que a terra produza seres vivos, segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais ferozes, segundo as suas espécies». E assim aconteceu.
Gn 1, 24
Em seguida, Deus cria o homem e a mulher e diz-lhes:
«Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra».
Gn 1, 28
O padre Rainer Hagencord diz-nos que estas passagens foram, durante séculos, mal traduzidas e interpretadas, pois eram vistas como a legitimação teológica para podermos fazer dos animais aquilo que quiséssemos. Os estudiosos da Bíblia atuais, pelo contrário, indicam-nos que estas palavras nos iniciam nas nossas responsabilidades. Foi, de facto, definido um poder dos humanos em relação aos animais. Mas o poder bíblico está, num rei que se quer justo, sempre ligado à responsabilidade e ao respeito. E, segundo o padre Rainer Hagencord, principalmente o respeito em relação a todos os seres vivos deve começar a ganhar um novo significado para os cristãos.
Esta interpretação está de acordo com o Artigo 2º da Declaração dos Direitos dos Animais, aprovada pela UNESCO e pela ONU:
Artigo 2º
1. Todo o animal tem o direito de ser respeitado.
2. O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais ou de os explorar, violando esse direito. Tem a obrigação de empregar os seus conhecimentos ao serviço dos animais.
3. Todos os animais têm direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.
Nota 1: O novo papa adotou o nome de Francisco. São Francisco de Assis é o santo patrono dos animais. Espero que o pontífice tenha isso em mente...
Nota 2: Um agradecimento ao nosso leitor Mário Lavrador, que teve a amabilidade de transcrever a Declaração dos Direitos dos Animais num comentário a este meu post.
Ouvi dizer há poucos minutos na televisão, reconheço que não anotei quem o disse, que este não será um Papa de transição. Até pode ser que assim seja, mas o impacto é de um "nada de novo". A Igreja Católica aposta mais uma vez em alguém com uma idade avançada. É claro que isso da idade não quer dizer nada, mas numa altura em que se fala de renovação, de abrir as portas a todos os problemas do mundo, o mundo fala dos 76 anos do Papa Francisco. Aguardemos que este Papa, apesar das posições conservadores que até agora teve, seja uma surpresa pela positiva, mas desconfio.
Horas.
Horas a fio.
A Carla Trafaria a dizer asneiras e o quadradinho ali ao canto. O João Baião aos saltos, a mostrar rendas e bordados, e a imagem da chaminé continua ali, sem dar sinais de nada.
Os batalhões de jornalistas já averiguaram e divulgaram o horário das votações, bem como o horário a que sairá fumo, negro ou branco. Porém, a RTP, paga por todos nós, gasta milhares de horas de tempo de satélite para filmar uma chaminé tosca, instalada provisoriamente por cima de um telhado.
Horas a fio.
Horas.
Fumo? Só para os nossos olhos.
O momento alto do Telejornal de ontem, foi ter tornado a ouvir o Mário Soares a falar francês.
Só não percebi se a frase: «o govrmã é mais papista do que o papa» é uma crítica, ou um elogio...
Perante esta proposta só podemos esperar uma clarificação de conceitos. O que são "famílias ocidentais" e o que são "famílias pobres"? Depois das afirmações recentes de Christine Lagarde, Bento XVI tem que ser um pouco mais explícito. Tomemos o exemplo de Portugal... As nossas famílias são ocidentais? Teremos candidatos a padrinhos? Parece-me que haverá mais candidatos a afilhados. E esses não preferirão padrinhos menos ocidentais? As dúvidas são mais que muitas. E são os padrinhos a escolher os afilhados ou vice-versa? Eu cá, se pudesse escolher, um padrinho, claro, teria muitas dúvidas. Talvez no Vaticano! Ah, mas aí haverá famílias? Pelo menos há mordomos. E nas séries inglesas os mordomos estão sempre ao serviço de uma família. Mas isso deve ser em Inglaterra... Já estou a ficar baralhada...
Foi um pequeno/grande passo. Que a igreja, que se apresenta, desde há muito, como defensora dos valores da vida, só agora reconheça que o uso do preservativo é admitido, apesar de apenas quando está em causa o risco de contaminação pelo vírus da SIDA, é algo que não podemos compreender. Mas não deixa de ser interessante ter sido este papa, que muitos consideram demasiado ortodoxo, a dá-lo. Apesar de acreditar que os católicos, de um modo geral, já tinham esta prática, se esta "permissão" contribuir para salvar vidas esta é, de facto, uma boa notícia.
Enquanto, embebidos em Deus, rejubilávamos em extrema emoção a cada celebração com o Papa, outros pautavam os seus enunciados, mais mediáticos ou mais privados, pela mais torpe mesquinhez, com olhos repletos de mediocridade e de cegueira. Bento XVI, tal como João Paulo II, não será somente um homem que está Papa e que por via disso arrasta e arrebata turbas. Não por inerência da função, mas por razões de puro Espírito Santo, ele é dos poucos focos, senão o único, de unificação humana em torno da Rocha dos valores exigentes e do Caminho estreito que é a Pessoa Viva e Divina de Cristo. Toda a violência e incompreensão perante essa serena Palavra devoram-se a si mesmas, anulando-se na própria miséria e no ridículo ódio ao que é santo. E nesse papel indelével Bento XVI será sempre, conforme é, um Bem-Amado da Humanidade. Por contraponto e à revelia do que deveria ser, vemos a sem-vergonhice política, o descaramento e a treta ofensiva dos moderneiros abortófilos do nosso tempo e da nossa Praça que não passam de pântano em trânsito para o Nada. O Pântano hoje é extenso e é total porque conjuga a lei do mais forte com a imoralidade das assimetrias escandalosas da riqueza retida e não distribuída, o vale-tudo político, o jogo desonesto de mentiras e desprezo pela inteligência das pessoas. Pode-se viver e governar com torpezas e injustiças à garupa de Passos Coelho e à garupa do Povo inerte e néscio perante quem o engana e explora. Pode-se ser Poder, privilegiando o próprio estômago, viver de palhaçadas e números de Circo, enquanto se sonega a verdade dos números e o realismo em face dos factos da economia. São sinais do Lixo Frívolo que nos desgoverna, desrespeita o Sagrado e o fundamental desígnio de serviço às pessoas deturpando-o em manipulação e demagogia em doses nunca dantes segregadas. Transitará igualmente em pó a seu tempo. A Igreja não pertence à ordem das iniciativas humanas.