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No discurso sobre o estado da Nação, hoje, na Assembleia Nacional de Angola, José Eduardo dos Santos declarou o fim da parceria estratégica com Portugal - seja lá isso o que for - cuja consequência imediata e óbvia é o cancelamento da cimeira agendada para o próximo mês de Fevereiro, em Luanda.
Não há qualquer surpresa nesta posição. Quem viesse acompanhando nos últimos dias a escalada de violência editorial do Jornal de Angola, depois de conhecidas as absurdas, insensatas e estúpidas declarações do ministro Rui Machete à Rádio Nacional de Angola, percebia que isto estava prestes a suceder.
Isto, seja lá o que for, é para levar a crédito deste incrível ministro dos negócios estrangeiros. Que, pelo que afirmou, Passos Coelho mantinha no governo para não prejudicar as relações com Angola. Pois!
O problema nem é se Machete apresentou diplomaticamente desculpas ou se apresentou desculpas diplomáticas. O problema é que depois dá nisto…
O problema nem é se muito do que ali está escrito é mentira. O problema nem sequer é que lá esteja escrito que "Portugal está no centro de uma grave crise social e económica sem fim à vista". “O Estado Social que nasceu com a Revolução de Abril tem sido friamente destruído pelas elites reinantes. Os fundos de coesão da CEE foram desbaratados por cleptocratas insaciáveis que à sombra de partidos democráticos se comportaram como vulgares ladrões sem sequer se disfarçarem com colarinhos brancos”.
O problema é que isso até verdade!
O problema é que é também verdade que “Face ao esvaziamento dos cofres públicos, até as pensões e reformas dos idosos são confiscadas. Milhares de jovens quadros são obrigados a procurar em países estrangeiros o pão nosso de cada dia”.
Machete abriu também esta porta e espreitando lá para dentro vemo-lo lá, em todos os cantos… Ladrões, dizem eles…Cleptocratas!
O feitiço contra o feiticeiro? Ou simplesmente ironia do destino?