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Incompreendidos

por Cristina Torrão, em 11.05.11

Escrevia eu aqui, no dia 8 de Março: Eu até gosto dos Homens da Luta: a nostalgia do 25 de Abril, de um tempo em que se acreditava ser possível mudar o mundo, a partir de Portugal. Mas que efeito causará esta imagem de revolucionários de esquerda, no resto da Europa?

 

Agora já sei: não nos compreenderam!!! A magia do 25 de Abril não funciona no resto da Europa, diria mesmo, no resto do mundo. Depois da polémica que se gerou em Portugal à volta dos Homens da Luta, eles, por aqui, passaram dolorosamente despercebidos (dolorosamente, para mim). Desconfio que até essa possibilidade de eles poderem ser impedidos de participar no Euro-Festival, por causa da mensagem política, foi invenção da comunicação social portuguesa.

 

O comentador alemão, ontem, não referiu polémica nenhuma. Quando chegou a vez de Portugal, limitou-se a dizer que o nosso país enviava uma "trupe de comediantes" (!!!), a imitar as cantigas revolucionárias da Revolução de Abril. Depois da actuação, chamou-lhes os "Village People portugueses". E pronto, veio o próximo!

 

Uma mensagem portuguesa, numa língua que ninguém entende... Incompreendidos, como sempre! O melhor mesmo é enviar uma pindérica de mini-saia, que se ponha aos berros ao microfone; ou um rapazinho bem-parecido, sem ser bonito demais, a cantar uma baladazinha com uma guitarra na mão. A receita parece funcionar, a Finlândia passou à final e, no ano passado, a Bélgica também se deu muito bem com esta receita.

 

E eu nem sequer pude ajudá-los, a Alemanha ficou de fora do televoto da meia-final de ontem.

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Confesso

por Zélia Parreira, em 10.05.11

Estou a ver o Festival da Canção.

 

Mais de 20 e muitos anos depois, voltei a ver o Festival da Canção à espera da interpretação portuguesa. É uma palhaçada? Pode ser, mas eu quero assistir e talvez ainda vá ao Sobral da Adiça telefonar para votar. É que as redes portuguesas acham que não vale a pena investir na raia e quando chegam àquela zona, os telemóveis começam todos a receber mensagens de Bienvenido a España!

 

Aproveito e meto gasolina, que é muito mais barata.  

           

           

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António Calvário, José Cid e Simone de Oliveira acham que a canção dos Homens da Luta não é a certa para levar ao Festival da Eurovisão. Nas palavras de Simone de Oliveira: "é uma atitude de rebeldia de uma gente nova, mas que não dignifica nada a música ligeira portuguesa". E pergunta: "Onde é que estão os poetas e os músicos do meu país?"

 

E eu pergunto: não estarão eles a levar a coisa demasiado a sério? Quais são as canções que dignificam a música portuguesa? Já se terão esquecido que eles próprios, apesar de terem interpretado canções de qualidade, obtiveram uma votação mísera (excepção feita a José Cid, que conseguiu um 7º lugar)? De que adiantou, no passado, mobilizar os melhores poetas e músicos do nosso país?

 

O Festival da Eurovisão já não é o que era, a música erudita não tem hipóteses nenhumas. O que conta é ser original, como os Lordi finlandeses, ou simpático e fofinho, como a Lena, o ano passado, que, aliás, representará novamente a Alemanha. O vencedor é apurado por televoto, o objectivo principal é cair no goto do europeu comum. Por isso, a opinião de José Cid, que defende um júri "assumidamente escolhido pela televisão", a fim de escolher a participação portuguesa, não faz igualmente sentido. De que adianta escolher uma boa composição em Portugal, que falha no televoto europeu? Julgará José Cid que os restantes cidadãos europeus percebem mais de música do que o português comum?!

 

E, mesmo que os Homens da Luta não atinjam a final, não fazem pior que outros intérpretes de canções dos melhores poetas e músicos do nosso país.

 

Força Rapaziada! Torço por vós, aqui na Alemanha! (E posso votar em vós, hehehe).

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Este ano não vou perder o Festival da Canção

por Daniel João Santos, em 28.01.11

 

 

 

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E o povo pá?

por Daniel João Santos, em 22.01.10

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