Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Dia internacional contra a corrupção

por Eduardo Louro, em 09.12.13

O novo banco público, dito de fomento, estará de pé no primeiro semestre do próximo ano.

Já há um banco público – a Caixa Geral de Depósitos – que tem tudo para fazer o que deste se pretende, ao que se diz gerir a distribuição dos fundos europeus do novo quadro comunitário que aí vem. Tem mesmo tudo, e seguramente em tudo tem vantagens comparativas com qualquer novo operador. Acresce que também a banca privada pode fazer o mesmo, como de resto o tem feito nos anteriores quadros comunitários.

Se já isto nos pode levar a torcer o nariz ao novo banco do Estado, mais estranho é ainda que esta seja uma iniciativa de um governo que tudo quer tirar do Estado. Que privatiza tudo o que mexe, que acabou de vender os Correios, que são públicos em praticamente todo o mundo, e que pretende mesmo transferir para o sector privado grande parte dos serviços de natureza eminentemente pública, nalguns casos, como os da saúde e da educação, em situações de verdadeira parasitagem.

À partida, o mínimo que se poderia dizer desta ideia que nasceu nestas cabecinhas do governo, a que muito rapidamente deu forma, é que não joga a bota com a perdigota. Não faz sentido!

A menos que pensemos um bocadinho no que pode representar este novo banco. Que comecemos a perceber que vai poder intervir na economia como nenhum outro, porque é muito, mas mesmo muito, o dinheiro que vai ter à disposição, mas porque vai até poder entrar no capital das empresas e na gestão dos próprios projectos. E que percebamos finalmente o imenso pantanal de promiscuidade entre o público e o privado que este banco poderá potenciar…

É isso. Aí está. Para já garante mais uns postos dourados para umas dezenas de boys, cujo pontapé de saída foi dado com a palhaçada – perdoem-me a expressão – do convite a Rui Rio que, como não poderia deixar de ser, recusou. Um convite que diz tudo sobre a falta de escrúpulos que, também a este propósito, passa pela cabeça deste governo.

Não é porque o banco vai ter sede no Porto que Passos Coelho convidou Rui Rio, embora possa ter sido por isso que convidou Paulo Azevedo (portuense deslocado em Lisboa, ex-BCP) o indigitado presidente cujo perfil nada, mas mesmo nada, tem a ver com o de Rui Rio. Não terá certamente sido por isso que o lugar de Franquelim Alves (ver aqui aqui) foi o primeiro a ser reservado, com o seu nome a ser imposto ao presidente, mesmo que esse se chamasse Rui Rio...

Comemora-se hoje o dia internacional contra a corrupção. Não sei porque é que me lembrei disto! 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Ora aí está o governo...

por Eduardo Louro, em 25.07.13

Ainda há pouco pôs o governo debaixo de fogo, com a moda dos currículos selectivos, sempre que em causa esteja o BPN - não se sabe se  Rui Machete, muito a jeito para, também ele, permanecer debaixo de fogo, pagou direitos de autor a Franquelim Alves, é dele que se fala -, e já está de saída. Não havia necessidade!

Ainda ontem entrou aquela gente toda no governo, e já hoje há gente de saída. Não havia necessidade: Pires de Lima, o novo ministro que anunciam como milagreiro, bem podia ter evitado isto, tanto foi o tempo em que foi ministro em stand by... Podia tê-lo logo mandado com o Álvaro, que tanto, mas também tão cinicamente, elogiou à saída da tomada de posse. 

Onde também a Ministra das Finanças teve o seu momento, garantindo nunca ter tido divergências com Paulo Portas. Ela que, entretanto, lá continua a ser frita no lume brando dos swaps. A cada dia a chama aumenta mais um bocadinho: hoje vêm a lume os mails do anterior Director Geral do Tesouro. À cause…

À falta de melhor, a ministra vai dizendo que não mente. Mas já ninguém acredita muito nisso!

Autoria e outros dados (tags, etc)