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O governo prepara-se para aprovar, amanhã em conselho de ministros, o draft do Orçamento de Estado para este ano, a enviar de seguida à consideração de Bruxelas.
E as coisas não estão fáceis, longe disso. A insistência de António Costa na quadratura do círculo já o o deixava prever, só que o Banif tornou tudo muito mais difícil. Arredondou muitos mais as curvas e acentuou ainda mais os ângulos rectos...
Não vão ser fáceis os tempos que aí vêm, para gáudio da direita que gosta de se olhar ao espelho. Que já vai fazendo a festa, na transversal lógica portuguesa do quanto pior, melhor. Anuncia a visita da troika (na próxima semana, como previsto e programado) como se de um regresso se tratasse. Prevê até com evidente deleite um novo resgate. E antecipa a quebra de confiança dos mercados - cria o lobo, e grita que ele vem aì ... - como quem quer acordar monstros adormecidos.
Vem aí complicação. Ai vem, vem...
Para quem não percebia por que é que o PS não descolava com Seguro, e não descolou nem descola com Costa. Para quem não percebe por que é que não é seguro que o PS consiga ganhar as eleições ao mais incompetente governo da direita, e à direita mais incapaz que Portugal conheceu. Para quem não percebeu, nem percebe, o que aconteceu à esquerda social democrata europeia da Internacional Socialista, que explica o que está a acontecer ao PS, em Portugal e ao PSOE, em Espanha ... Martin Schulz, o social democrata alemão que preside ao Parlamento Europeu, explicou tudo muito bem explicadinho. Para quem ainda assim não consiga perceber, Hollande esclarece o resto. Em sessões práticas, todos os dias...
Cavaco Silva passa a vida dizer que a sua presidência não é visível aos olhos dos portugueses, mas nos bastidores move mundos e ajuda Portugal.
Falta saber se toda esta ajuda invisível nos empurra para cima ou para baixo?
Juntando isto ao nascimento real e à remodelação governamental concretizada, é mesmo caso para dizer: podemos ir a banhos descansados!
Vi esta notícia e achei que era a natureza finalmente ao nosso lado, solidária com este povo que sofre aqui neste cantinho da Europa, que já foi jardim à beira mar plantado.
Acabar com o Atlântico é tirar a Portugal aquilo a que deixou de dar uso. Não prejudica o país, que há muito lhe voltou costas. Ainda nos servia de praia mas, sem subsídio de férias e sem feriados e pontes, já nem para isso nos serve.
Mas, mais do que livrarmo-nos de uma coisa que já não usamos, acabar com o Atlântico é fazer-nos americanos. E isso não é só o cumprimento do desejo máximo do governo de acabar com os portugueses. De os mandar embora, já sem que tenham que emigrar. É também o cumprimento do maior sentimento de vingança dos portugueses, deixando a Europa a falar sozinha. É deixar o centro e o norte da Europa sem sol, sem praias e sem uns tipos para chatear… É deixar a Alemanha com o seu clube de amigos e satélites, cheia de gente chata, loura, de olhos azuis e muito produtiva…
E ainda dávamos boleia aos espanhóis, que finalmente nos ficariam a admirar. E eternamente gratos…
Mas nada de ficar já a esfregar as mãos. Isto não é coisa de atar e pôr ao fumeiro, demora o seu tempo. Tudo para cima de uns 200 milhões de anos…
"O que vocês, no Japão, têm de saber é que a crise na Europa acabou."- Presidente francês, François Hollande.
Isto quer dizer que Portugal não pertence à Europa?
A chanceler alemã Angela Merkel sofreu uma pesada derrota em Itália. O seu candidato Mário Monti teve um fraquíssimo resultado eleitoral.
A Itália votou à esquerda, a Itália votou à direita, mas não votou em Mário Monti!
O pânico instalou-se entre a imprensa portuguesa que anuncia o fim de uma Itália ingovernável...
A Itália preferiu votar num palhaço a votar em Mário Monti/Merkel. Menos sorte temos nós que já temos os palhaços no governo.
O Manuel estava com dúvidas em relação às afirmações de Monti quando disse que a Europa se estava a aproximar do “fim do túnel”. A explicação está no sítio onde essas declarações foram proferidas. É que ninguém o avisou de que, olhando em frente, naquele local do Coliseu, ele via céu, sim, mas, só por causa disto. Na realidade, à sua frente, estavam as celas e as galerias. Mas também é um facto que a inclinação afectará sobretudo os níveis mais baixos deixando a salvo o podium onde se sentavam as classes altas (estou a falar da arquitectura do anfiteatro, claro!).
Perante esta proposta só podemos esperar uma clarificação de conceitos. O que são "famílias ocidentais" e o que são "famílias pobres"? Depois das afirmações recentes de Christine Lagarde, Bento XVI tem que ser um pouco mais explícito. Tomemos o exemplo de Portugal... As nossas famílias são ocidentais? Teremos candidatos a padrinhos? Parece-me que haverá mais candidatos a afilhados. E esses não preferirão padrinhos menos ocidentais? As dúvidas são mais que muitas. E são os padrinhos a escolher os afilhados ou vice-versa? Eu cá, se pudesse escolher, um padrinho, claro, teria muitas dúvidas. Talvez no Vaticano! Ah, mas aí haverá famílias? Pelo menos há mordomos. E nas séries inglesas os mordomos estão sempre ao serviço de uma família. Mas isso deve ser em Inglaterra... Já estou a ficar baralhada...
O problema da Chanceler alemã não é não saber onde fica Berlim, o problema é não saber onde fica a Europa.