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Por Eduardo Louro
A esquerda não pára de surpreender. Procura a unidade mas só encontra cisões. Depois do” Livre”, os “3D”. Depois da liderança bicéfala do Bloco, uma liderança rotativa para o Livre… Pode ser que seja assim que se lá vá… Não parece, mas quem sabe?
Pode ser que seja o passo atrás para dar dois à frente, a táctica que Lenine deixou famosa na Nova Política Económica, no início dos anos 20 do século passado!
Já nem se trata de repetir em todo o lado a Grândola Vila Morena. Sim, respira-se um preocupante regresso ao passado. Estamos a redescobrir tempos que julgava-mos nunca regressar. Subitamente Portugal regressa ao protesto contra um sistema tipo copia moderna do tempo da outra senhora. Não se trata de agendas liberais, trata-se de agendas definidas de controlo do sistema, da imprensa, dos meios do Estado e o regresso de uma oligarquia que quer dominar o país. Estou hoje perante um governo que me colocou à esquerda, local onde nunca estive, digo que estranhamente muito à esquerda.
Depois das imagens que o João colocou de um chocante momento cego de guerra, de destruição e de estupidez, retirei o "2711 pela noite" e fui percorrer o passeio direito da blogosfera. Raros, muito raros os que referiram o assunto e nenhum colocou o video.
Seja de que quadrante for, esquerdas ou direitas, as imagens merecem uma clara reprovação. No entanto, existe por ai muita gente mais interessada em escrever 30 textos sobre o sentido arquitectónico de Sócrates.
Vivemos num país democrático mas talvez não tão democrático como o país de Berlusconi. Se fosse por cá nada disto se passava assim, ainda não crescemos o suficiente .
Corrente de cidadãos de esquerda quer juntar PS, CDU e Bloco no governo, até aqui tudo correcto. Só me ocorre uma pergunta como seriam as reuniões dos seus lideres ? Já imaginaram Sócrates, Jerónimo e Loucã a discutirem a GALP,EDP, TAP e a PT por exemplo ? Como seria um governo em que uns querem nacionalizações tipo "verão quente" e o outro privatizações ? Aguardemos os próximos tempos !
Cada vez se fala mais de esquerda e direita. Sócrates até dá ênfase ao assunto, transformando as próximas eleições numa luta entre ele, que se segundo o próprio é de esquerda, versus Ferreira Leite, que me parece ser de direita.
Tanto na blogosfera como no Twitter, parece que primeiro temos de colocar a etiqueta e depois é que podemos partir para a discussão dos temas.
Cada tema é logo transformado em lutas de esquerdas e direitas. Cavaco veta o diploma das uniões de facto, pessoalmente concordo em alguns aspectos, é logo acusado de conservador pela esquerda e apoiado pela direita.
Os pilotos da TAP estão em greve, logo a direita, pelo menos a que eu li, os classifica como gente que não vê a empresa no seu todo, que fazem greve encostada ao fim-de-semana, do outro lado a esquerda, que fala dos trabalhadores e das suas pretensões.
Obama quer ajudar 47 milhões de americanos que não tem acesso a seguros de saúde e logo a direita o classifica como perigoso, burro e que quer conspurcar os EUA com o socialismo. A esquerda, embora ainda desconfiada, tece os primeiros elogios.
Estou com um problema. Sim, eu não me posiciono em nenhum dos lados. Sou uma mistura de influências e tento tirar o melhor de todos os lados. Quer dizer, o que eu acho que é melhor.
Se calhar é por isso que eu me sinto bem aqui no 2711, não seguimos todos pelo mesmo caminho, temos da esquerda até à direita, passando por monárquicos, uma ala “diz que disse”, até um movimento de solidariedade ao Gestor oprimido, para além de algumas alas que eu nem sei que temos.
Entretanto, vou andando que tenho de ir ali me render aos franceses, que já estão a olhar para mim com cara de poucos amigos.
Tenho algumas dificuldades em ver este mundo em tons de rosa. Aquele mundo que José Sócrates vê.
Tenho ainda mais dificuldades em entender as razões que o PM apresenta e que na sua perspectiva o distingue da direita.
Fala Sócrates dos partidos que têm na sua direita. Eu procurei e vi apenas CDS, o resto é o complemento do PS. Um bloco central ao serviço dos interesses dos grandes tubarões, financiados por eles e dirigidos por eles.
Um bloco central de interesses, onde os ministros são administradores e os gestores são ministros e deputados. Não consigo ver a laranja e nem a rosa, apenas zonas cinzentas, onde as duas cores se misturam numa paleta de promiscuidades politicas, de um surrealismo incompreensível a qualquer cidadão.
Parabéns ao Combustões. Muito pertinente a denúncia da completa nulidade da Direita e Esquerda Portuguesas com vocação prosaica a Estômagos sentados à mesa do Estado e nada mais: «A direita portuguesa, tão iletrada como arrogante, vive no seu nimbo, regozija-se e trava combates barrocos pela sua Torre de Marfim; ficou refém dessa tão incensada coerência que deixou de poder actuar, não vão os pés trair as sacrossantas escrituras que ninguém leu. Vai atrás de qualquer Manuelinho, recusa o mais insignificante gesto de reflexão. É inútil, não dá em nada. Quanto à esquerda, tão envolvida no saque de sinecuras, já nem quer pensar; vive aboletada no amiguismo parece-bem, é comunizante sem ser comunista, marxizante sem citar Marx e revolucionária só e quando a alcatifa, o whisky ou a alta cilindrada não sejam questionados. Essa esquerda é sinónimo de "maldita geração de 70" ou zeca-afonsismo refastelado no melhor Divani & Divani. Acabará, com um novo regime, na lista de espera do lugar que sobrar no devorismo e na adesivagem, materiais com que se fazem todos os regimes em Portugal.» Miguel Castelo-Branco, Combustões