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Imunidade par(a)lamentar

por Eduardo Louro, em 02.11.15

Consta que o deputado do PSD, Miguel Santos, quando circulava de moto na madrugada de domingo, às 5 da manhã, em circunstâncias que terão chamado a atenção das autoridades, foi objecto de controlo policial. Pedida a identificação, o deputado não tinha à mão outro documento que não o cartão de deputado da Assembleia da República, coisa que temos de considerar conveniente para aquela hora da madrugada, mas que não foi suficiente para dissipar o bafo de álcool que acompanhava cada palavra do deputado, nem para impedir o agente de confirmar aquele odor etílico através  do corriqueiro teste de alcoolemia.

Era o que faltava. Um deputado da nação sujeito a soprar no balão às 5 da manhã? Nem pensar. Afinal para que serve a imunidade parlamentar?

Nem mais. O senhor deputado pôs o motor da moto a trabalhar e arrancou. Não há notícias se direitinho se aos ésses...

O deputado Miguel Santos não é muito conhecido, por isso tem de se identificar. E para isso não tem melhor que o cartão de deputado.

Será um entre aquelas centenas de deputados que ninguém sabe quem são nem o que fazem? Daqueles que só lá estão para fazer número, para levantar, sentar e bater palmas?

Seria exactamente um desses, se não o tivessemos ficado a conhecer aqui há uns meses, quando se discutia aquele medicamento para Hepatite C que só passou a estar disponível depois de, na Assembleia da República, um jovem ter ameaçado que alguém seria responsabilizado pela morte da mãe, e quando na mesma sala, e nas mesmas circunstâncias, um doente em risco de vida, à espera pelo medicamento há um ano, perguntou ao ministro pelas respostas ás cartas que lhe tinha enviado. É então que se resolve o problema do medicamento, mas é também então que o deputado Miguel Santos passa a ficar a conhecido, quando pede para retirar da sala todos os doentes, que aquilo era um circo...  

Foi este pequeno gesto que o deixou famoso, ao ponto de, aguçada a curiosidade sobre tão nobre personalidade, se ficar a saber que era vice de Luís Montenegro, com quem partilhava a irmandade maçónica na famosa loja Mozart.

Agora que já é conhecido, não razão nenhuma para pôr em causa a sua reação, tão natural e tão acima de qualquer suspeita: 

"Mostrei a única coisa que tinha comigo, que era o cartão de deputado. O agente achou que eu estava de má vontade. Mostrei-me disponível para apresentar os documentos numa esquadra e, como é meu direito, fui-me embora. Eu não tinha bebido álcool, aliás, nem bebo".

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Um cromo

por Eduardo Louro, em 22.01.14

 

 

Já aqui escrevi várias vezes sobre o que considero a vergonhosa aprovação da proposta de referendo, na passada sexta-feira. Resisti sempre em escrever o que quer que fosse sobre a atitude da vice-presidente do PSD e do grupo parlamentar, a deputada Teresa Leal Coelho, que se ausentou do hemiciclo na altura da votação e, depois, apresentou a sua demissão da vice-presidência da bancada.

Não é figura por quem nutra especial admiração, já aqui foi de resto referida em circunstâncias pouco abonatórias, personalizando sempre o mais acéfalo seguidismo que a grande maioria dos deputados revela. Um cromo da política!

Fiquei por isso surpreendido. Nunca a imaginaria a desafiar o poder, não a julgava capaz daquela verticalidade que faria supor lealdade a princípios e valores de que a julgaria arredada.

Era no entanto tal a pedra no sapato que nem essa surpresa me levou, apesar da tentação – se há coisa que gosto é de corrigir as minhas próprias impressões quando reconheço que estão erradas –, a louvar a sua atitude e a revelá-la como o raio de luz que brilhou naquela tarde negra do parlamento. Não me arrependo: afinal, quer a proposta quer a fixação da disciplina de voto, tinham sido aprovadas por unanimidade pela Comissão Política Nacional, em 22 de Outubro. Afinal a senhora concordara com aquilo tudo e, vá lá saber-se porquê, mudou depois de ideias…

Está-se sempre a tempo de mudar. Não há mal nenhum nisso, especialmente se for para melhor. Mas um cromo é um cromo!

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A pergunta que se impõe fazer

por João António, em 17.05.13

Afinal para que servem os deputados ?

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Até parece que andam à rasca...

por Nuno Raimundo, em 06.05.13

Eles bem sabem o mal que fazem e que o povo não anda tranquilo...

E mais vale precaverem-se antes que algo aconteça...

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Temos de ser uns para os outros

por Daniel João Santos, em 07.10.12

Gostava de agradecer ao PS por, num golpe de rins, ter removido das noticias os impostos e a austeridade. Numa altura destas, onde a pressão sobre o governo estava a ser enorme, António José Seguro avança com o tema da redução de deputados e aliviando assim essa carga até ao Orçamento de Estado. Este bloco central, contrariando o que alguns tentam impingir, está em forma.

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Assim é que é falar !!!

por João António, em 09.04.12

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Ai estas cabeças...

por Ana Lima, em 30.01.12

E se um se esqueceu que tinha a menos outro esqueceu-se que tinha a mais...

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A pergunta que se impõe fazer

por Daniel João Santos, em 03.02.11

Ao que parece, algo que não é muito normal, alguém pensa pela própria cabeça num Partido politico. Falta agora saber quando é que será silenciado?

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Sigam os bons exemplos

por Daniel João Santos, em 02.12.10

Realmente o PS está uma confusão. Na bancada socialista, apesar de tudo, ainda existe gente que discorda das opções e está disposto a defender o que acredita, algo que não faz parte da nossa tradição Parlamentar.

 

Será que os deputados do PS não percebem que estão ali só para bater palmas, aquecer as cadeiras e fazer o que os dirigentes do partido ordenam?

 

Não sabem que têm de ser um monte de meninos de coro a cantar de forma afinada o que o maestro manda?

 

Aprendam com o PSD.

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Sou contra este sistema representativo português. Nele, sistema prisional, os Partidos políticos são donos dos lugares na Assembleia da Republica e alguns, como é o exemplo do PSD, dizem-se donos do pensamento dos deputados.

 

Quase sempre, existem algumas excepções, os deputados estão ali  para aquecerem as cadeias, baterem palmas e seguirem as directrizes do grande líder do Partido.

 

Aguardo pela utopia de um dia os deputados terem de responder directamente a quem votou neles.

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