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Não foi desinteressante, este debate entre Portas e Catarina Martins. Paulo Portas mostrou logo ao que vinha, e confirmou que o cardápio argumentativo da coligação não tem surpresas. Não perdeu tempo a mostrar que a cartilha é limitada: bancarrota e a Grécia.
Não há volta a dar: a coligação rendeu-se à cassete. Ou ao disco riscado – não sai dali: “o país estava na bancarrota” e “olhem para a Grécia”. Quando isso se torna no argumento único, pronto a saltar a propósito de tudo e de nada, torna-se enfadonho. E perde evidentemente efeito.
Não posso dizer que a porta-voz do Bloco de Esquerda me tenha surpreendido. Mas posso dizer que surpreendeu o número dois da coligação, que não conseguiu sequer chegar ao seu nível habitual de vendedor de banha da cobra – ou de Oliveira da Figueira, o Paulo Portas que Hergé antecipou.
Não está em grande forma, não senhor. Se calhar é por ter sido mandado para a segunda divisão!
O tribunal cível de Oeiras quer ouvir as explicações das televisões sobre o modelo de debates só com cinco partidos. Não acredito que isto vá muito longe, até porque a moldura penal envolve multas inferiores ao valor que se gasta em alguns almoços nas estações de televisão, mas é um bom passo.
Malabaristas, palhaços e contorcionistas, ao vivo e a cores:
6 Maio (sexta-feira): Paulo Portas-Jerónimo de Sousa (RTP)
9 Maio (segunda):José Sócrates-Paulo Portas (TVI)
10 Maio (terça): Passos Coelho-Jerónimo de Sousa (TVI)
11 Maio (quarta): José Sócrates-Francisco Louçã (SIC)
12 Maio (quinta): Francisco Louçã-Jerónimo de Sousa (RTP)
13 Maio (sexta): Passos Coelho-Paulo Portas (SIC)
16 Maio (segunda): José Sócrates-Jerónimo de Sousa (SIC)
17 Maio (terça): Passos Coelho-Francisco Louçã (TVI)
19 Maio (quinta): Paulo Portas-Francisco Louçã (SIC)
20 Maio (sexta); José Sócrates-Passos Coelho (RTP)
Estou a ouvir, pela TSF, o pseudo-debate parlamentar com o 1.º ministro. Ei-lo igual, perseverante e determinado, como Berlusconi, assaz firme como Mubarak, fantasticamente seguro como Ben Ali, o Primadonna, sempre airoso e fresco como uma alface farfalhuda, fala de economia. É uma vergonha, perante a crise social e económica, com a venda da dívida portuguesa, ontem, acima dos sete por cento. Ele exulta e mostra-se alegre no púlpito da mais crassa demagogia, entre tanta miséria e desatino. Não o despedirem com um pontapé no cu para que Portugal finalmente areje!
Evidentemente que Cavaco Silva não quer adiar os debates com os outros candidatos. Está a parecer é que ele não quer tais debates.