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Corrupção: o que parece é!

por Eduardo Louro, em 16.06.15

 

Há coisas que têm um valor absoluto. Valem o que valem pelo que realmente valem e não pelo que parecem valer. Outras, pelo contrário, valem mais pelo que parecem. Não é o que realmente valem que conta, mas o que representam.

Vem isto a propósito de uma das notícias do dia, que dá Portugal na quinta posição na tabela dos países mais corruptos. À sua frente, na listas dos mais corruptos, apenas Croácia, Quénia, Eslovénia e Sérvia. Logo atrás, mas ainda assim menos corruptos, Índia e Ucrânia.

Olhamos para isto e todos temos a convicção que não bate certo. Que a corrupção não é maior em Portugal que na Ucrânia. Ou que em Angola, ou que na generalidade dos países africanos. Vamos ler melhor a notícia e percebemos que essa lista resulta de um inquérito a trabalhadores dos diversos países levado a cabo pela consultora Ernest & Young. Percebemos que não resulta de um corruptómetro qualquer, mas apenas da percepção que as pessoas, neste caso os trabalhadores, têm sobre os níveis de corrupção nas suas empresas.

E voltamos ao princípio: não estamos perante um valor absoluto, medido por um qualquer corruptómetro, seja lá isso fôr, mas perante uma percepção da coisa. Não pelo que é mas pelo que parece que é!

Ora, a corrupção é em si mesma o maior cancro de uma sociedade. Mas a percepção que dela a sociedade tem é bem mais devastadora, capaz até de destruir uma civilização. É por isso que pouco importa se a Ucrânia, ou um qualquer país africano, é mais corrupto que o nosso. Importa, evidentemente que sim, se o inquérito tem algum tipo de valor científico e se, em razão disso, o destaque dado à notícia é jornalisticamente sério. Importa até que o rigor da notícia seja aqui bem maior do que na anterior.

Mas a corrupção não deixa de ser corrupção conforme é praticada nos gabinetes das empresas ou nos da administração pública. Corrupção é corrupção, onde quer  que seja. E o que realmente conta é que há portugueses convencidos que vivem num país mais corrupto que a Ucrânia. O que é verdadeiramente dramático é que haja portugueses com a ideia que o seu país é mais corrupto que uma qualquer cleptocracia africana. Que essa ideia lhe seja transmitida pela própria empresa onde trabalham só agrava ainda mais a dimensão do problema. Porque o torna mais próximo, mais sentido e mais percepcionado. Porque, aí, o que parece, é. Percepção e realidade estão sobrepostas...

E isso é o fim da linha!

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Dia internacional contra a corrupção

por Eduardo Louro, em 09.12.13

O novo banco público, dito de fomento, estará de pé no primeiro semestre do próximo ano.

Já há um banco público – a Caixa Geral de Depósitos – que tem tudo para fazer o que deste se pretende, ao que se diz gerir a distribuição dos fundos europeus do novo quadro comunitário que aí vem. Tem mesmo tudo, e seguramente em tudo tem vantagens comparativas com qualquer novo operador. Acresce que também a banca privada pode fazer o mesmo, como de resto o tem feito nos anteriores quadros comunitários.

Se já isto nos pode levar a torcer o nariz ao novo banco do Estado, mais estranho é ainda que esta seja uma iniciativa de um governo que tudo quer tirar do Estado. Que privatiza tudo o que mexe, que acabou de vender os Correios, que são públicos em praticamente todo o mundo, e que pretende mesmo transferir para o sector privado grande parte dos serviços de natureza eminentemente pública, nalguns casos, como os da saúde e da educação, em situações de verdadeira parasitagem.

À partida, o mínimo que se poderia dizer desta ideia que nasceu nestas cabecinhas do governo, a que muito rapidamente deu forma, é que não joga a bota com a perdigota. Não faz sentido!

A menos que pensemos um bocadinho no que pode representar este novo banco. Que comecemos a perceber que vai poder intervir na economia como nenhum outro, porque é muito, mas mesmo muito, o dinheiro que vai ter à disposição, mas porque vai até poder entrar no capital das empresas e na gestão dos próprios projectos. E que percebamos finalmente o imenso pantanal de promiscuidade entre o público e o privado que este banco poderá potenciar…

É isso. Aí está. Para já garante mais uns postos dourados para umas dezenas de boys, cujo pontapé de saída foi dado com a palhaçada – perdoem-me a expressão – do convite a Rui Rio que, como não poderia deixar de ser, recusou. Um convite que diz tudo sobre a falta de escrúpulos que, também a este propósito, passa pela cabeça deste governo.

Não é porque o banco vai ter sede no Porto que Passos Coelho convidou Rui Rio, embora possa ter sido por isso que convidou Paulo Azevedo (portuense deslocado em Lisboa, ex-BCP) o indigitado presidente cujo perfil nada, mas mesmo nada, tem a ver com o de Rui Rio. Não terá certamente sido por isso que o lugar de Franquelim Alves (ver aqui aqui) foi o primeiro a ser reservado, com o seu nome a ser imposto ao presidente, mesmo que esse se chamasse Rui Rio...

Comemora-se hoje o dia internacional contra a corrupção. Não sei porque é que me lembrei disto! 

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Divagações

por João António, em 28.05.13

Claramente este senhor, é um dos que mais sabe sobre o poder. Ele que exerceu o poder décadas ... de certo sabe como se faz politica .

Soares ao i: "Portas tem sido chantageado pelo governo"

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Está-nos no sangue, a corrupção

por João António, em 08.05.13

Palavras para quê ?

Aqui sim, é que a troika devia intervir .

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Inacreditável

por João António, em 24.04.13

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E visto de dentro?

por Ana Lima, em 05.12.12

Desmesuradamente, imensamente, indecentemente, descomunalmente...

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A palavra a quem sabe

por João António, em 10.10.12

Se dúvidas existem, elas cada dia ficam mais dissipadas . Basta ler as palavras de quem sabe do que fala : 

 Um reforço da fiscalização do financiamento dos partidos políticos e das situações em que há “conflitos de interesses” foram algumas das prioridades hoje apontadas pela magistrada Maria José Morgado na prevenção e combate a este fenómeno.

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Promessas . . .

por João António, em 25.05.12

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Falta de prisões

por Daniel João Santos, em 21.03.12

O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, dirigido por Maria José Morgado, vai investigar as despesas feitas pelo segundo Governo de José Sócrates.

 

Para ser uma investigação a sério, não uma caça ás bruxas, deveria os investigadores a alargarem a coisa e começar desde 1974. No entanto, tal investigação não seria possível. Não temos prisões suficientes para albergar tudo o que passou pelo poder e meteu a mão.

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Leve, muito leve...

por Ana Lima, em 20.01.12

É nestas alturas que percebemos a verdadeira relação entre esta pena 

e pena. São palavras homófonas, homógrafas e não só... 
Mesmo assim, e desconhecendo eu as leis com se cosem estes casos, pois o que pode parecer pouco para uns pode ser uma quantia mais que aceitável para outros, ler um título destes é tão raro que só pode ser considerado algo positivo.

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