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Faz hoje 30 anos que Cavaco chegou à liderança do PSD, que não à vida política. Já em 1979 tinha sido ministro das finanças do governo da AD, liderado por Sá Carneiro.
Foi na Figueira da Foz, onde decorria o XII congresso do PSD. Quis que ficasse para a história que tinha acabado de adquirir o seu Citroen BX, a que precisava de fazer a rodagem. E que, para isso, nada melhor que uma viagem de Lisboa à Figueira... Depois... foi chegar, ver e vencer... O discurso arrebatador - imagine-se - e a eleição apoteótica...
Cavaco é isto. Tudo é Cavaco neste simples episódio, que o cavaquismo quis tornar mítico. Ali está o homem providencial, que sempre quis ser. Que está sempre à hora certa no local certo, sem nada fazer por isso. Sempre fora, sempre e acima, dos bastidores da política. Mas também um certo provincianismo da revisão do carro.
O resto da história conhece-se. O homem da estabilidade rompe de imediato com a coligação, e derruba o bloco central. Com o país a sair da crise e das garras do FMI, e a adesão à CEE à vista, apetecem-lhe eleições antecipadas. Ganha por pequena margem, que em pouco tempo o PRD e Mário Soares (a vingança tem destas coisas) transformaram em maioria absoluta. E em dez anos de poder agarrado ao alcatrão e ao betão dos fundos europeus... e aos interesses que à sua sombra cresceram. Que nem cogumelos...
Depois, à segunda, o homem que não era nem nunca fora político, tem direito a mais dez anos na presidência da República. Ainda faltam uns meses...Que toda a gente deseja que passem depressa!