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"Comunicar, como aqui fazemos dia a dia, é um poderoso exercício contra a solidão. E é precisamente a pensar nisto que aqui deixo, em jeito de balanço do ano que agora acaba, uma menção a companheiros da blogosfera que fui lendo ao longo destes meses. Concordando com muitos, discordando quase sempre de outros. Mas todos eles me reforçam a sensação de que não nascemos para ser ilhas: devemos continuar a travar um combate diário pela comunicação. Pensemos o que pensarmos, gostemos do que gostarmos." - Pedro Correia no Delito de Opinião
Em Dezembro de 2008 lembrei-me de criar o "Em 2711", hoje 2711. Após cinco anos de blogue, onde uns foram entrando e outros saindo, aqui continuamos de pedra e cal. Quem lê o 2711 reparou que as coisas tem vindo a diminuir de intensidade. Acontece, observo eu, que a diminuição do 2711 é a imagem do que tem vindo a acontecer na blogosfera. O Facebook tem vindo a subir e a "encantar" muitos dos autores que por aqui escreviam e muitos dos leitores que por aqui passavam. No entanto, já o disse e reafirmo, aqui estou e aqui estamos, os resistentes, der por onde der. Outros projetos por essa blogosfera chegaram depois de nós, passaram por nós e muito já partiram. Não me interessa se o pessoal está no "Face" a ver vídeos de gatinhos, a elogiar poesia manhosa ou a colocar "gostos" em tudo o que é citação mais ou menos conhecida, o 2711 aqui está e por aqui continuará.
Agradeço a todos o que se mantêm como autores e aos que resistem como leitores do 2711.
Há muito tempo, depois de quase sete anos na blogosfera, que deixei de me admirar com muita coisa por aqui escrita. Alguns blogues, incluindo os autores, são verdadeiros relógios suíços: dão sempre as horas certas e nunca se desviam um segundo. Temos de tudo, mas eu gosto mais da direita "eu defendo o indefensável", da direita "escrevo assim porque a direita da blogosfera é que tem muitas visitas" e gosto, com particular interesse, da direita "quando não tenho argumentos falo de Sócrates".
Evidente que também leio a esquerda, mas essa, pelo menos para mim, têm neste momento menos piada.
Navegamos na blogosfera e ficamos com a certeza que nem só de politica vive o homem. Em muitos lugares respira-se o cheiro de bons livros.
Estou há tempo suficiente na blogosfera para já ter lido de quase tudo. O que me chateia mais é o "ir com a suposta elite". Com milhares de visitantes, essa elite, maioritariamente de Direita, arrasta multidões e influencia mentes mais sensíveis.
Infelizmente, para muitos a greve contra Sócrates era saudável, hoje é uma hipocrisia.
Para muitos, demasiados, ontem estes senhores eram co-responsáveis pelo estado a que chegamos e hoje são os salvadores da pátria.
Muitos querem se comparar a essas mentes estadistas, repetindo até à exaustão um discurso gasto e que nos levou ao buraco.
Aguardo pelo regresso dos que se informam, lêem e de seguida dizem de sua justiça. Aguardo pelo regresso do pensamento.
Não leio o Semanário "Sol" e por isso desconhecia este texto. Li-o hoje acompanhado deste comentário. A primeira reacção é: mas para que é que se dão sequer ao trabalho de comentar? Depois de lido compreendi que afinal gostei da reflexão. Leiam e ajuízem por vós próprios.
Depois da noite eleitoral e resultados, vamos assistir na blogosfera à troca de papeis. Aqueles que ontem eram corporativos, assessores, que faziam a propaganda do PS, sendo meia dúzia, passam para a oposição. Hoje, aqueles que ontem os acusavam de serem como eram, vão passar a encarnar esse papel.
Estou já a a ver uma revolução na bloga, troca de "boys".
Desculpem, mas vocês já leram o comentário da semana do Delito?
P.S. Já agora, os meus Parabéns à Ana Lima.
Existem momentos na vida onde se deve parar e pensar. Ainda não começou a campanha eleitoral e os ânimos exaltam-se. Para muitos, talvez demasiados, as eleições legislativas são um caso de vida ou morte. Por aqui, na Internet, as coisas tem vindo a descer de nível. Depois de "foleiro", de "ciber-nabo", depois de filhos-da-puta e afins, terminado num "abifar de tachos", acho que estamos realmente na bancarrota. Sim, bancarrota de ideias, de pensamentos e de protagonistas.
Dizia-me o Joshua que tenho olho para o "negocio da blogosfera". Na realidade não tenho. Apenas observo o que se passa à minha volta e vou anotando as contradições das elites, dos grandes estadistas que nos olham de cima. Vivemos momentos de gente que sabe falar de tudo e ainda bem. Na blogosfera criaram-se verdadeiros clubes de futebol. Sim, já li alguns a dizerem o que são, colocando em si mesmo etiquetas e etiquetando os outros. Infelizmente por ali ficaram, estáticos,lendo a cartilha com as directrizes daquilo que devem defender e acreditar. Onde é que quero chegar? Fácil, não tenho olho para o "negocio" porque me coloco fora de ideologias, direitas, esquerdas, centros e afins. De todo o lado consigo descobrir boas ou más ideias, em todo o lado consigo criticar ou elogiar, dai ser ignorado pelos grandes da bloga portuguesa, grandes em termos de visitas. Principalmente e essa será a frase chave: Não tenho certezas absolutas.
Como diria Agostinho da Silva:
- Deve-se estar atento às ideias que vêm dos outros. Nunca julgar que aquilo em que se acredita é efectivamente a verdade. Fujo da verdade como tudo, porque acho que quem tem a verdade num bolso tem sempre a inquisição no outro lado pronta para atacar alguém; então livro-me de toda a espécie de poder - isso sobretudo.