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Fomos linchados, a expressão correcta é esta e não lixados, estamos bem arranjados e gostamos. Depois de 36 anos de bloco central de interesses, depois desta coisa a que chamam governação do Partidos Socialista, Portugal prepara-se para seguir pelo mesmo caminho. Todos se queixam, todos insultam os políticos, todos se dizem fartos das mesmas caras e depois... bem, depois em Janeiro irão votar outra vez Cavaco Silva, vão eleger Passos Coelho. Os do costume, incluindo Alberto João Jardim, vão continuar e o cidadão, aquele que tem o poder de mudar tudo isto, continuará com a barriga encostada ao balcão refilando ou então sentado no sofá a protestar com a vida.
Nos dias de hoje só se fala em coligações, união, governo patriótico, seja isso o que for, governo de salvação e afins. Tudo uma questão de semântica. Sim, porque no fundo tudo se resume a um bloco central. Esta "união" seria por ás claras aquilo que têm tentado disfarçar, mas que é nossa realidade há 36 anos.
Depois de sites de bufaria, tentativas de controlo da informação, colocar "boys" nos lugares estratégicos do Estado, jogadas de bastidores, amigalhaços, padrinhos, tios, afilhados, só nos falta agora um partido único.
Para provar aquilo que se diz aqui pelo 2711, já o afirmamos há muito tempo, as negociações entre o PS e o PSD avançam amanhã Sábado. O que dizemos e o que é que isto prova:
- Mais uma vez o bloco central faz, desfaz, decide por todos. Evidentemente que tudo feito à porta fechada e longe dos incultos e estúpidos cidadãos.
Neste momento o PS executa medidas que o PSD executaria se estivesse no poder. Obviamente que a manutenção do PS no governo interessa ao Partido Social Democrata, visto que as medidas de austeridade e principalmente os cortes sociais, desgastam o governo dando mais hipóteses para uma maioria absoluta do PSD.
Se realmente o PSD quisesse salvar o país das "trevas", do buraco onde estamos, colocaria esse salvamento acima de tudo, incluindo o presidente social-democrata e um possível governo. Bastaria então uma moção de censura que seria acompanhada pelo resto da oposição.
Os verdadeiros heróis são aqueles que colocam o "bem comum" acima do seu próprio bem, fazendo sacrifício pelo país.
Que grande diferença entre o Pedro Passos Coelho da responsabilidade, da convergência, dos acordos com o PS, das conferencias de imprensa ao lado de Sócrates.
Que diferença entre as sondagens da altura e as sondagens de agora.
Ser oposição a um governo deve ser mais que sondagens e discursos variáveis conforma as ditas sondagens. Ser oposição com pretensões a governo deveria ser um discurso de ideias bem definidas, sérias e de trabalho.
Para discursos em zig-zag já temos o que temos e não precisamos de mais.
Sinto-me incomodado. Sinto-me incomodado por viver num país onde as dificuldades dos portugueses são permanentemente relegadas para segundo plano.
Sinto-me incomodado, por ter uma comunicação social que se especializou no "anti-Sócretismo", no mal dizer, no escândalo como fonte de obtenção de receitas.
Incomoda-me que parte do povo Português que votou CDU ou BE, neste momento esteja fortemente inclinado a votar PS, como uma forma de dizer basta!
Sinto-me incomodado, que essa tendência de voto não seja por opções politicas, não seja assente num construtivismo saudável, ao invés, seja uma forma de assumir um posição nesta guerra civil cujo belicismo das palavras anuncia serias rupturas na sociedade Portuguesa.
Sinto-me incomodado por ver a direcção do maior partido da oposição, o PSD, continuar a fomentar estes escândalos, sem pejo de se imiscuir no mundo degradante dos queixosos.
Sinto-me incomodado por ver altos agentes da justiça a dar justificações do seu trabalho a sedentos jornalistas, os últimos a respeitar a instituição.
Sinto-me incomodado por me sentir incomodado, não com o que me deveria preocupar, não com as políticas económicas, não com a crise social, mas com a crise de valores, de ética no Jornalismo Português, esse mesmo Jornalismo do tudo posso porque tudo quero, e nada me detém porque tenho do meu lado a tal da liberdade de expressão.
Manuela Ferreira Leite recusou o convite para uma coligação com o PS. Foi coerente com tudo o que afirmou.
Falta agora saber se o CDS vai receber igual convite. Se receber e recusar, teremos um novo governo minoritário na Assembleia da Republica...
Teremos até MFL ser removida da liderança do PSD.
Não me parece que a comparação com uma videira seja a mais apropriada. Estou convencido antes que estamos perante uma trepadeira. Aos poucos, esta trepadeira formada pelo PS/PSD, tem vindo envolver o país, tomando-o de assalto, tapando-lhe o sol e aos poucos secando-o.
Sim, Portugal está no bom caminho. Aquele caminho que continua a interessar a muitos.
A grande maioria continua no bom caminho do bloco central, no caminho dos mesmos que tomaram conta disto tudo há mais de 34 anos.
Somos um povo feliz e constante, raramente colocamos em causa este paraíso.