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Hoje sinto-me inspirada.
Ontem à noite assisti a uma entrevista de um dos meus maiores ídolos. Tinha saudades dele, pois não lhe punha a vista em cima há dois anos. Admiro-o pela forma como me cativa. Foi primeiro-ministro de Portugal durante alguns anos, mas, quando o seu mandato foi quebrado, infelizmente partiu. Mas agora voltou. Viva ele!
Ora, o meu herói tem o cabelo grisalho, quase branco e parecido com o do George Clooney, o nariz esticado como o do Pinóquio, um sorriso que espelha confiança da mesma forma que o de um monárquico português cujo nome não me recordo e fala de um jeito quase hipnótico que nem o Luther King. Senti-me preenchida quando o escutei a disparar em todas as direcções e a refutar as acusações que sobre ele lançaram nos últimos tempos. E mesmo assim, deu a cara. Mal abriu a boca, todas as partículas do meu ser vibraram.
Que homem!
Para além disso, tem um nome impactante, de estrela. Até nisso ele caiu em graça, porque quando o pronuncio recordo-me do grande filósofo e do craque de futebol, mas também do pincher da minha vizinha, que é uma fofura de animal.
É isso que almejo, ser como ele, ter a sua atitude, iludir tanto os outros que eu mesma acabo por acreditar. E é dessa forma que encaro os meus adversários assim que entro numa sala de um tribunal: por mais culpado que pareça o meu cliente, faço dele uma espécie de santo.
Por isso hoje me sinto assim. Pois sei que o D. Sebastião voltou.
Não sou a autora destas palavras. Mas gostaria de ter sido. Não porque o meu ídolo seja o tal que foi primeiro-ministro e que deu uma famosa entrevista à RTP, mas porque este foi um dos textos mais divertidos que li sobre o referido momento televisivo. A mulher que tanto suspira pelo dito cujo chama-se Rosalina e é advogada. Mas também não é ela a autora das palavras e, sim, o escritor Vasco Ricardo.
Este extrato pertence às Crónicas de um Portugal demasiado português, que o autor publica em parceria com o Destante Blog. Vale a pena ir lá dar uma olhadela!
José Sócrates regressa em entrevista à RTP, apesar dos 130 mil que o queriam calar -tiques de quem só aceita comentadores de direita-, apresentando-se em grande forma. Uma coisa é certa, apesar da rétorica vazia, mas que parece cheia, Sócrates dá um baile aos politicos que estão no ativo. Em uma hora e meia, teve letra para tentar limpar a imagem, sabia os numeros de cor, limpou de alto a baixo Cavaco Silva, apertou os entrevistadores e saiu por cima. Falta saber, será bom ou mau existirem aves politicas destas?
José Sócrates, que já foi primeiro-ministro, vale, no seu país, menos do que um cão assassino! Enquanto ao bicho se queria dar uma segunda oportunidade, a petição na Internet que se opõe ao regresso do ex-primeiro-ministro à RTP tem cerca de 50 mil subscritores!
Mais um exemplo de favorecimento de um animal em relação a um humano!
Nota (acrescentada posteriormente): Este post é irónico. Qualquer semelhança com piedade por ex-primeiros-ministros e receio de que os valores estejam invertidos, na relação entre humanos e animais, é pura coincidência. E o sapinho verte lágrimas de crocodilo ;-)
... ganhei um livro!
Ao ler este desafio no blogue da revista Os Meus Livros, tive logo uma inspiração. E aqui está o texto vencedor:
O meu nome é Sócrates, José Sócrates.
Toda a gente sabe que fui primeiro-ministro. Mas o que ninguém sabe é que, ao mesmo tempo, fui também…
Que disse? Um filósofo? Não (risos). Fui também um agente secreto. É verdade! Ao serviço de Sua Majestade.
Como? Portugal não é uma monarquia? E quem disse que eu trabalhava para Portugal? No interesse de Portugal?
Para quem é que eu trabalhava? Que Majestade servia? Não sei. Nem me interessa. Um agente secreto que se preze, com ordem para matar, trabalha sempre ao serviço de Sua Majestade. Ponto final.
Quem é que eu matava? Quem calhava. O que interessava era fazer boa figura e dar sempre a impressão de que cumpria as minhas tarefas com uma perna às costas. Sempre bem vestido, sempre aprumado…
Se era difícil? Não. Quando se tornava difícil, eu punha um daqueles sorrisos que não comprometem ninguém, mas que caiem sempre no goto de quem nos olha, e repetia: “O meu nome é Sócrates, José Sócrates” (risos).
Nem imaginam o que me divertia! Que saudades eu tenho desse tempo! Dinheiro, aventura, emoção, alta sociedade, cocktails, mulheres…
Se eu era actor num filme? Não, era a vida real… Penso eu… Olhem, se querem mesmo saber, já nem sei bem. E, de repente, tudo acabou! É verdade.
Porquê? Também não sei bem. Mas, por algum motivo, deixei de ter piada. E fiquei muito triste.
Agora? Bem… Essa do filósofo não é má ideia. Alguém me disse que Sócrates era nome de filósofo… Acho que vou para França, disseram-me que dá muito prestígio. Depois, regresso com nova imagem, peço um vodka martini batido, não mexido, digo “O meu nome é Sócrates, José Sócrates”, e caiem-me novamente todos aos pés!
Não acreditam? Esperem, para ver!
O candidato à liderança do PS Francisco Assis recusou hoje nomear quem “mina” o partido, afirmando que a sua proposta de primárias abertas a independentes provoca resistências em quem se move na “gestão de pequenas ambições”.
Pequenas ambições? Felizmente não é o caso dele...
Sócrates abriu as exéquias ao anunciar o fim de mais sacrifícios para os portugueses, cheira a fim de um ciclo político dominado por ele e pelo PS. E Carrilho já vai na homilia:
"Há uma cassete de Sócrates, que se tornou numa lengalenga que ninguém leva a sério. Parece brincar com os portugueses e depois revela uma cegueira em relação aos problemas, aos erros. Nunca se viu José Sócrates assumir qualquer erro e isso é algo que quase assusta. Ao mesmo tempo também não se vê que tenha os olhos muito abertos a soluções".
E prevê a vitória do PSD com 40% dos votos.
Em breve Sócrates fará a oração dos fiéis ao bom estilo de Berlusconi: "É evidente que perdemos. Mas o meu funeral não será hoje". Estava o mote dado para o que se seguiria: uma frase misturando rancor e realismo: "Vão-se arrepender".
Amen.
O PS iniciou o discurso da derrota. Não são só as sondagens que dão a vitória ao PSD mas, também, o discurso de Sócrates aponta nesse mesmo sentido.
Sócrates promete: “Não serão precisas mais medidas de austeridade”. Obviamente que ele não espera estar no próximo governo.
Entretanto, o pinguim de serviço, desdobra-se em piadolas.
Depois de usar indianos, paquistaneses, moçambicanos e chineses “pagos” para encher comícios (ver o vídeo), o PS passou a usar… lisboetas. Passei há pouco no pavilhão do OAF (Académica) na Solum em Coimbra, onde foi esta noite o comício do PS, e vi um rodopio de autocarros (vídeo1, vídeo2) a encherem-se de pessoas com bandeiras do PS. Perguntei para onde iam e responderam-me: para Lisboa. Vi 6 a 8 autocarros naquele momento (não tenho a certeza do número porque alguns estavam em movimento em torno do pavilhão).
Pouco antes tinha entrado no pavilhão. Na televisão, onde se falava de um “mar de gente”, o fundo negro por trás das bancadas deixou-me curioso: o que se esconde por detrás daquelas cortinas? A resposta correspondeu ao que eu esperava: mais bancadas, como se pode ver no vídeo abaixo. (abaheisenberg.blogspot)
Embalado pelo banho de multidão numa arruda em Chaves, a maior de toda a campanha, Pedro Passos Coelho pediu hoje a maioria absoluta para o PSD nas legislativas de 5 de Junho e prometeu incluir o CDS, seu parceiro natural.
Espero que tudo não termine num banho para Passos Coelho... que para a nós, já há muito que fomos a banhos.
Depois destas afirmações de José Sócrates:
«Parece que [os partidos da oposição] continuam irredutíveis e não fazem outra coisa que não seja utilizar uma linguagem agressiva contra o PS e em especial contra mim próprio. Chegaram ao ponto de dizer que não dialogariam com o PS, porque o PS tem um líder chamado José Sócrates»
O 2711 esclarece o candidato que não bastará mudar de nome, não é do nome dele que as pessoas não gostam... é um pouco mais profundo.