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Até quando?

por Eduardo Louro, em 14.12.15

 

Mais que o copo meio cheio - a Frente Nacional de Marine Le Pen não ganhou em nenhuma da 13 regiões -, ou o copo meio vazio - acabou com o bipartidarismo do sistema político em França, e tem já a expressão eleitoral do PS (28-29%) -, a segunda volta das eleições regionais francesas colocam-nos perante uma dramática interrogação: até quando?

Até quando,  continuará a ser possível mobilizar frentes comuns para barrar a extrema-direita?

Até quando resistirá o dique de protecção eleitoral criado para impedir expressões maioritárias fora do sistema?

Até quando a própria radicalização da direita francesa - bem evidente em Sarkozy por estes dias - resiste a não se confundir com o extremismo xenófobo, e a acabar integrada? 

Até quando será possível evitar que Marine Le Pen chegue à presidência da França?

 

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Conclusões e outras ideias

por Daniel João Santos, em 13.12.15

Ouvir Marques Mendes com as suas coscuvilhices e afins, faz-me dores de cabeça.

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Um esqueleto chamado défice

por Eduardo Louro, em 11.12.15

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Ontem, Cavaco dizia que estávamos no caminho certo, com tudo a correr às mil maravilhas. É só manter o rumo, e deixar seguir em piloto automático... 

Hoje, no fim da reunião do Conselho de Ministros, o ministro das Finanças anunciou que "são necessárias medidas adicionais para cumprir a meta do défice". Que, como se sabe, tem que ficar abaixo dos 3%. Quando o governo anterior a tinha fixado em 2,7%, jurando sempre a pés juntos que esse objectivo nunca estaria em causa.

Se não estava, ficou. E é já o maior e o mais aterrador dos esqueletos que Portas, Passos e Maria Luís deixaram escondidos no armário. 

Na verdade não é nada de surpreendente. Nunca, em nehum dos cinco orçamentos que apresentou, aquela gente conseguiu cumprir o objectivo do défice. E dos outros nem é bom lembrarmo-nos...

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Não sei o que faça

por Daniel João Santos, em 09.12.15

Depois de ouvir as ultimas declarações de Donald Trump estou indeciso: instalo a aplicação Trump Trump que bloqueia todas as notícias que se refiram a Donald Trump ou anoto tudo o que ele diz como sendo o exemplo da América mais retrograda e racista.

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Vender a alma ao diabo

por Eduardo Louro, em 05.12.15

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Sempre houve, e continuará a haver, projectos que não vingam. QueImagem relacionada acabam, mais tarde ou mais cedo, por ficar pelo caminho. Mesmo nos jornais, e mesmo que achemos que os jornais são sempre mais qualquer coisa que outro projecto empresarial qualquer. Muitos são os títulos que já não existem se não na nossa memória. Longínqua, como o Século, a República, o Diário de Lisboa, a Capital, o Jornal... Ou mais recente, como o Independente, o Tal e Qual, o 24 Horas… Outros resistem e por aí continuam, mas depois de sucessivas operações de encolhimento – down sizing, como se gosta de dizer – sempre com dezenas ou centenas de jornalistas remetidos ao desemprego.

Quero com isto dizer que o encerramento dos jornais Sol e i, que irá mandar para o desemprego mais de uma centena de pessoas, jornalistas, na sua esmagadora maioria, e que foram os dois grandes projectos editoriais na última década, podem ter sofrido dessas mesmas contingências.

Mas a verdade é que, independentemente dos méritos e deméritos destes dois projectos, tão separados à nascença mas agarradinhos na morte, o negócio dos media mudou radicalmente na década em que apareceram. Saíram a ganhar os consumidores – pelo menos no imediato, ainda é cedo para se fazer essas contas – que passaram a ter à mão, em qualquer lugar, a qualquer hora, e gratuitamente, uma variedade de produtos e conteúdos informativos muito mais alargada. Saiu a perder o lado da oferta. Foi mau para os empresários do negócio, e pior ainda para os trabalhadores: os leitores fugiram, e com eles, evidentemente, fugiram as receitas da publicidade que rentabilizavam o negócio. E não há investidores para negócios que não sejam rentáveis…

A não ser que…

Aí está: a não ser para investir noutra coisa que não seja no negócio. A não ser que, em vez de investir em jornais, se esteja a investir em poder e influência para potenciar outros negócios, abrindo brechas irreparáveis na ética e nos princípios. Com responsabilidades dos investidores, mas também muito frequentemente dos próprios jornalistas. Dos que deixaram de o ser para pura e simplesmente venderem a alma ao diabo, e dos que se viram obrigados a trocar os princípios deontológicos e os valores éticos pelo supremo interesse da defesa do posto de trabalho, que não passa do simples adiamento do despedimento certo!

 

PS: Este artigo da Fernanda Câncio, hoje no Diário de Notícias, talvez ajude a perceber o título. Entristece-me, mas não me mata o orgulho de fazer parte da parte bonita da História do Sol. 

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Truques e manhas

por Eduardo Louro, em 02.12.15

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Nota prévia: Não tenho, nem nunca tive, especial simpatia por Maria de Lurdes Rodrigues, que pessoalmente não conheço e que politicamente nunca apreciei particularmente. 

A antiga ministra fora condenada em primeira instância pela contratação dos serviços do advogado João Pedroso, irmão de Paulo Pedroso. Porque a condenação assentava em factos não provados, recorreu para a Relação, que ontem mesmo lhe viria a dar razão: que não poderia ser condenada por factos não provados.

Goste-se ou não da senhora, e acredite-se ou não na sua inocência, estes são os factos conhecidos. Para a máquina que a direita montou nos últimos anos, e que continua a trabalhar a altíssmas rotações, nada disso interessa. Os factos não interessam para nada, como não interessa para nada que o colectivo da Relação tenha sido composto por três juízes. O que interessa é transformar uma decisão colectiva em individual, e depois encontrar umas ligações políticas que convenham à narrativa, por mais remotas que sejam. E isso faz-se com um título, porque só as gordas contam. Nem que depois o corpo da notícia ponha tudo a claro... 

Os meios podem ser novos, mas os truqes e as manhas são bem velhos!

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Vida negra

por Eduardo Louro, em 27.11.15

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Como diz a canção, hoje é o primeiro dia do resto da vida ... deste que é o XXI primeiro governo constitucional. Um governo que o Presidente não queria por nada, tudo fazendo para começar a desgastar ainda antes de empossar.

Cada um dos inúmeros episódios destes últimos 50 dias, naquilo que aqui fomos chamando de processo de encanar a perna à rã, não teve outro objectivo que desgastar e desacreditar a solução de governo que resultou das eleições de 4 de Outubro. As ameaças que ontem, no acto de posse do governo, Cavaco deixou no ar não são outra coisa.

Nas poucas semanas que lhe restam em Belém, Cavaco vai continuar a fazer a mesma coisa. Não vai demitir o governo, mesmo tendo esse poder. Mas vai, tanto quanto puder, fazer-lhe a vida negra!

Valha-nos que, mesmo com os poderes intactos - e legitimados pelo voto directo e universal, como fez questão de acentuar - pode pouco. Porque, mesmo que formalmente a mantenha, há muito que perdeu de facto essa legitimição. E hoje não é mesmo mais que o último reduto da direita mais ressabiada e míope.

Já bastam as dificuldades de toda a ordem que este governo vai ter pela frente. Já bastam os equilíbrios de sustentação que tem que gerir, os alçapões da governação destes últimos quatro anos e meio - e até a minagem deste últimos meses - e as enormes dificuldades estruturais que o país tem para vencer. Para ter vida difícil o governo não precisa nada das rasteiras do presidente.

Pelo contrário, ao dedicar-se a fazer a vida negra ao governo em vez de tranquilamente fazer as malas e a limpar as prateleiras, Cavaco só reforçará e prolongará a vida ao governo que detesta!

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Cavaco deixou finalmente a rã descansada e indigitou António Costa que, sem resposta do tempo ao tempo que o tempo tem, se entretivera a fazer um governo. É por isso que já há ministros, e que está agora praticamente garantido que, dois meses depois das eleições, o país terá um governo.

No tempo que Cavaco quis. Porque a data das eleições foi a que Cavaco quis que fosse. E porque, depois, mesmo com todos os cenários bem definidos na cabeça, e mesmo com um recatado 5 de Outubro para reflectir sobre o que tinha claro, em vez de agir o presidente preferiu fazer de conta que agia, consumindo 50 dias na árdua e espinhosa missão de encanar a perna à rã.

Coisa que, como se sabe, permitiu ao governo relâmpago de Passos e Portas acabar algumas coisas que tinha deixado começadas como, por exemplo, assinar o acordo de privatização da TAP. Para, como só alguns sabiam e é agora público, dar aos bancos a garantia do Estado pelo pagamento da dívida da companhia que vendeu. Por 10 milhões de euros!

Exactamente assim: foi preciso que o governo de Passos e Portas se aguentasse o tempo necessário para consumar a venda da TAP, por 10 milhões de euros, a um grupo fantoche (fantoche porque tudo é ao contrário do que parece, a começar numa minoria de capital que detém 95% do poder), assumindo a responsabilidade por 770 milhões de euros de dívida!

É também por isso que já ninguém estranha que, no dia em que é notícia a indigitação do novo primeiro-ministro, com o consequente adeus de Passos e Portas, seja também notícia que os novos donos da TAP vão vender os terrenos e a sede junto ao aeroporto…

Pois é... o tempo urge!  

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E lá vai mais uma semana...

por Eduardo Louro, em 23.11.15

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As questões que Cavaco decidiu colocar a António Costa sobre os "documentos" "distintos e assimétricos", não passam de mais um episódio da sua obstinação de encanar a perna à rã.

São o que são, e merecem a resposta que têm. Nenhuma!

E servem apenas para confirmar aquilo que há muito aqui tinha sido dito: não podendo fazer nada para impedir a posse deste governo, Cavaco aposta em, primeiro, fritá-lo em lume (pouco) brando. No seu desígnio de lhe minar o futuro...

 

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Fraude eleitoral

por Eduardo Louro, em 20.11.15

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Já se sabe - foi a própria Maria Luís Albuquerque a afirmá-lo - que a devolução da sobretaxa de IRS, anunciada em jeito de leilão, a subir a cada dia que se aproximava o 4 de Outubro, até com um simulador logo disponível no site das Finanças, não deu em nada. Não há afinal nada para devolver! 

há muito que se sabia disso, que tudo não passava de mais um embuste eleitoral. A esquerda fartou-se então de avisar que o governo estava a reter indevidamente os reembolsos de IVA às empresas para ficticiamente aumentar a receita da cobrança de impostos, e assim alimentar a burla eleitoral da devolução da sobretaxa, coisa sempre prontamente desmentida pela coligação e o pelo governo. Burla agravada, portanto.

Tão agravada e sem atenuantes quanto Passos, Portas e Maria Luís não vêm dar qualquer explicação para o facto de, de repente, logo a seguir às eleições, a suposta devolução da sobretaxa cair de 35% para 0%. Para nada. A ministra das finanças limitou-se a comunicar que não há nada para devolver. Sem mais nada, como se nada se tivesse passado... Como se não tivesse importância nenhuma.

Depois das mentiras na campanha eleitoral de 2011, Passos Coelho decidiu continuar a mentir em 2015. Mas com maior dolo, fazendo passar a mentira por uma suposta sofisticação técnica, que lhe mascarava dolosamente o ar de lixo tóxico eleitoral, dando-lhe o ar sério que nunca teve.  O próprio suposto enquadramento técnico era fraudulento e sem nexo: remetia para o orçamento de 2016 o que era  do orçamento de 2015.

No meio de tudo isto, entolado até ao pescoço em burlas e fraude eleitorais, é Passos Coelho - pasme-se - quem tem o desplante de dizer que o putativo governo do PS, mais que ilegítimo, é uma fraude eleitoral.

Triste país, se o que merece é gente desta!

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