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No Portugal dos cravos, insultava-se de maneira diferente. «Fascista» e «reacionário» passaram a ser os piores insultos, substituindo os «cabrões» e os «filhos da puta».
O conceito de «burguês», como sinónimo de capitalista explorador, também se tornou numa palavra maldita. Tudo o que não fosse a favor do «processo revolucionário em curso», mas também tudo o que lembrasse a direita, o fascismo, o conservadorismo, a ordem antiga, era «burguês», numa deturpação da palavra de origem medieval usada para definir o habitante do «burgo», ou seja, da cidade protegida por muralhas. Que os «burgueses» tenham adquirido conforto na vida, teve a ver com a decadência da nobreza medieval e a expansão do comércio. Ainda hoje, na Alemanha, Bürger é o vocábulo usado para «cidadão». No Portugal do Verão Quente, representava um insulto.