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Ainda o pastel de nata, ou: maneiras de sair da crise

por Cristina Torrão, em 05.02.12

Há coisa de um mês, a Zélia publicou um post sobre a fulminante proposta do Sr. Ministro Álvaro Pereira de comercializar os nossos pastéis de nata, ou de Belém, como modo de sair da crise, pois as natas não teriam sido nunca até hoje internacionalizadas, acentuou o ministro na Conferência DN "Made in Portugal". Na altura, escrevi, no meu comentário:

 

É mentira! Eu já vi um programa de TV aqui na Alemanha sobre o pastel de nata e como ele é comercializado em várias partes do mundo! Chamam-se "portuguese custards". Aliás, de Macau, passaram à China, onde são vendidas em estabelecimentos de "fast-food". Não sei se a receita é a original, mas têm o mesmo aspecto. E os chineses deliciam-se! Não pagam é direitos de autor!

 

Confesso que não me lembro do nome do programa, nem sei quando o vi, nem em que canal, o que tornava estas minhas afirmações pouco credíveis. Pois pude agora confirmar que o pastelinho de nata é mesmo um sucesso comercial na China! O Exilado, numa das suas viagens àquele país, tirou, há cerca de três anos, esta fotografia:

 

 

Lá está ele, o produto que nos poderia tirar da crise, já conhecido de todos os chineses, bem divulgado nessa grande cadeia de fast-food que é a Kentucky Fried Chicken!

 

Por sugestão do Exilado, fui dar uma espreitadela ao Belém Livre, que nos diz que o valioso pastelinho, afinal, foi introduzido em Hong Kong por um casal de ingleses e que, daí, se espalhou por toda a China.

 

Mas isto ainda não é tudo!

 

Fui ao Google e enfiei lá portuguese custard tarts (também dá portuguese egg tarts). Encontrei tantos resultados, tanta receita em língua inglesa, que nem sabia para onde me virar! E a página inglesa da Wikipedia diz-nos: they are common in Portugal, the Lusosphere — Brazil, Angola, Mozambique, Cape Verde, São Tomé and Príncipe, Guinea-Bissau, Timor-Leste, Goa, and Macau — and countries with significant Portuguese populations, such as Canada, Australia, Luxembourg, the United States, and France, among others. 

 

Posso confirmar. Em Hamburgo, qualquer café português (propriedade de emigrantes) vende o pastelinho de nata. Além disso, também encontrei um blogue que informa onde encontrar the best portuguese custard tarts in Toronto, o youtube apresenta vários vídeos, onde se pode acompanhar a confecção deste prodígio da culinária, e até a página do cozinheiro Jamie Olivier nos dá a receita.
 

Tenho muita pena, “Álvaro”, mas já perdemos esta corrida. Não é, contudo, razão para desanimar. Aconselho-o a ir dar uma olhada à proposta do Exilado de comercializar um outro doce cá da casa: a eterna cavaca! E um “padrinho” para a campanha de divulgação também não seria difícil de encontrar…

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15 comentários

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De Zélia Parreira a 05.02.2012 às 19:14

Também já comi em Londres. Muito bons.
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De Exilado no Mundo a 05.02.2012 às 19:30

Gostei da ideia do "padrinho" e/ou "madrinha"...
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De Cristina Torrão a 05.02.2012 às 19:38

Estou a ver que já aqui chegaste. Assim, não preciso de te mandar o link por email ;)
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De Exilado no Mundo a 05.02.2012 às 19:52

O meu blogger é muito atento :)
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De CAL a 05.02.2012 às 20:01

Aqui no RJ uma rede fast food Habib’s vende o pastel de... Belém(!), nada parecido com o nosso, mas vende bem. O vídeo diz tudo.
http://youtu.be/4E7dx-L5TFI
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De Daniel João Santos a 05.02.2012 às 20:09

tudo não passa de imitações. O original feito ali em Belém é que é bom.
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De Cristina Torrão a 06.02.2012 às 08:23

Acredito, Daniel. E em todas estas receitas há-de haver diferenças. Mas, assim, não há franchising que resista!
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De manuel gouveia a 06.02.2012 às 10:16

Dani, em Lisboa é que é bom.
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De João António a 05.02.2012 às 20:18

Infelizmente o Canada não tem o dito pastelinho
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De Cristina Torrão a 06.02.2012 às 08:26

O piscar de olho indica-me que estás a ser irónico, João António, já que eu dei com o tal blog que nos informa sobre "the best portuguese custard tarts in Toronto" (link no post). Aliás, sendo o Canadá uma terra de emigração para portugueses, admirava-me que o pastelinho ainda lá não tivesse chegado...
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De julieta-ferreira a 05.02.2012 às 21:19

E também os há na Austrália. :)
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De Cristina Torrão a 06.02.2012 às 08:31

Pois é, já correram mundo!
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De Cristina Torrão a 06.02.2012 às 08:32

O ministro, em vez de nos apresentar esta proposta, como grande ideia, devia tentar encontrar um meio de comercializar as natas com benefício para o país, por meio de uma marca registada, assim como se fez com o Vinho do Porto, por exemplo. Não sei se seria possível, mas, além dos benefícios monetários, evitaria a proliferação de várias versões.
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De manuel gouveia a 06.02.2012 às 10:15

Já ninguém liga para o que estes políticos dizem...

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