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Na sequência do lançamento de um site que visa promover a banana nacional, uma das mais vendidas escritoras portuguesas (isto dito assim não parece nada bem) escreveu a semana passada no semanário Sol, um texto laudatório a esse magnífico fruto que, quer na sua versão literal, quer metafórica, faz as delícias da autora.
Já algumas maldades li sobre este texto como se não fosse apenas o incentivo à produção e consumo de bens nacionais o propósito de quem, desta maneira tão franca, expõe as suas preferências em matéria tão íntima como é o gosto frutícola.
Pois eu acho que fica bem devolver ao país que tanto lhe dá, em receitas da venda dos seus livros, esta pungente chamada de atenção para algo que, em Portugal, só tem rival à altura "no azeite, no vinho, no fado, no sol, no mar e na praia". Os produtores de maçã, de pêra rocha e de outros frutos igualmente nobres não sei se lhe perdoarão. Mas certamente compreenderão o apelo irresistível de uma banana fa-si ou de uma papa de banana com sumo de laranja (aqui já uma piscadela de olho a outro fruto que só é aqui referido, certamente, por realçar o sabor e a textura do seu fruto de eleição).
Parecia até, Margarida Rebelo Pinto, querer antecipar as notícias sobre a transferência de negócios que a CGD estará a fazer da Madeira para as ilhas Caimão. É assim como dizer aos responsáveis desse território caribenho: "os vossos benefícios fiscais podem ser melhores mas nada se compara às belas bananas da Madeira!"
Todo este fervor apologético só poderá ser historicamente ultrapassado pelo de Pedro de Rates Henequim, nascido em Lisboa, no século XVII, que terá sido julgado e condenado por heresia, pelo Santo Ofício, entre outras razões, por defender que o fruto proibido, oferecido a Adão por Eva, terá sido uma banana e não uma maçã.
Nota: este post não tem nada a ver com os mais recentes do António e da Cristina