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Hoje estive numa livraria de uma dessas cadeias omnipresentes em todos os grandes espaços comerciais.
Verifiquei que uma certa editora se especializou em propostas gourmet. Os livros são oferecidos dentro de uma embalagem atractiva com um bónus especial, uma pen com o áudio-livro, uma garrafa de vinho (volta Salazar) ou então uma proposta para toda a família: para o pai, mãe e filho.
Teremos mesmo regressado aos tempos do Estado Novo, mas sem novidade? Juntar numa mesma caixa uma proposta para o pai, outra para a mãe e outra para o filho? Naturalmente em graus de cada vez menor exigência cultural. E na embalagem com a garrafa de vinho? Será o livro para ela e o vinho para ele?
Alguém me abre uma janela? Este país precisa de ar!
Curiosamente, este negócio dos livros, é um negócio de desperdício. Do tipo andar a remexer nos caixotes do lixo, é preciso virar muita porcaria, sujar muito as mãos para encontrar algo que se salve. A maior parte daqueles títulos não vão ser vendidos e acabarão por ser queimados como lixo numa incineradora. Quanto lixo temos de expor para gerar um best-seller? E afinal, o que será o lixo?
Ou lixo é apenas aquilo que acaba na incineradora?