Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




As preocupações do Almeida

por manuel gouveia, em 10.11.10

Almeida Santos volta lamentar os sacrifícios do governo. Depois de considerar que o povo devia sofre com o governo, vem agora admitir que as medidas previstas no Orçamento do Estado (OE) para 2011 poderão levar o Governo a “perder o poder”, além de perder “popularidade e votos”.

 

A solidariedade do Almeida para com o patrão Sócrates é no mínimo comovente. Ele sente que ali está o tacho, a sua gamela e a dos seus... e o povo devia de ser mais humilde.

Autoria e outros dados (tags, etc)


21 comentários

Sem imagem de perfil

De zeparafuso a 11.11.2010 às 20:43

Não se trata de aceitar uma explicação simples, como o Manuel Gouveia quer fazer passar. Foi traição mesmo. Cada historiador tem a sua opinião e espero que ainda no seu tempo, porque no meu não deve ser possível , acabe por saber toda a verdade. Desde o acordo do Alvor, passando por Lusaka . Informe-se, não ligando muito ao documentário de Furtado, que passou na RTP. Veja só quem foram os entrevistados. Mas claro que poderá sempre ter a sua opinião que tal como a minha não passarão disso mesmo, OPINIÕES , a diferença está de que lado ambos vivemos esta experiência e de como a vivemos.
Imagem de perfil

De manuel gouveia a 11.11.2010 às 21:30

Sem dúvida; falta-nos o distanciamento. Mas muito do que acusa como traição, foi por vezes o mal menor de um mundo que perdera paciência com Portugal e a sua visão imperial. Existia uma urgência e um período revolucionário que não deixou lugar para muito discernimento. Dificilmente poderíamos ter feito diferente. Durante décadas desperdiçamos oportunidades para acertarmos o passo com a história e depois foi tudo feito de sopetão.
Sem imagem de perfil

De zeparafuso a 11.11.2010 às 21:47

Parece que mais conversa menos conversa chegaríamos a um entendimento. Olhando para O Portugal de Hoje, se calhar entendíamo-nos ainda mais depressa. Até porque agora defendemos o Kosovo, a Servia e outros que falam correctamente português, ficam na Europa e é de bom tom. Todo o mundo acha que assim é que deve ser. Aliás, deve ter sido por isso que se comprou aviões e submarinos, para ficarmos bem na fotografia. Se se der ao trabalho, julgo que não, de olhar um pouco para a história das ex-colónias verificará que só existem como países independentes porque nós estivemos lá. Com todo o mal que fizemos conseguimos unir todas as etnias, todos elas se entendiam em português. Não fossemos nós e hoje teríamos mais 100 países em África , se por exemplo na África ocidental o Congo não anexasse parte de Angola ou até o Zimbabwe na parte oriental não anexasse parte de Moçambique, por exemplo Tete . Consulte os mapas e as etnias.
Imagem de perfil

De manuel gouveia a 11.11.2010 às 21:59

Sobre as colónias, falhámos o nosso encontro com a história e fomos corridos de lá da forma que se sabe. Outros países souberam sair, deixando lá o melhor que existia na sua cultura. Compare Singapura com a Malásia.
Sem imagem de perfil

De zeparafuso a 12.11.2010 às 07:59

Ou como a Bélgica e o Congo, o como o Reino Unido a Rodésia e a África do Sul. Cada um deixou à sua maneira. A nossa foi péssima, porque com a dos outros posso eu bem, se bem que não tivesse achado a melhor, na altura. Agora nós tínhamos obrigação de fazer melhor, aí estamos de acordo. Simpatias são simpatias, vivências, são vivências e quanto a isso não há nada a fazer. Poderia dizer-lhe até fugindo um pouco a esta pequena troca de impressões que não foi acidentalmente que foi escolhido pelos portugueses, como personalidade do séc. uma pessoa como Salazar, quando foram propostas outras personalidades democráticas. No entanto o voto vale o que vale, mesmo sendo feito por telefone, às vezes por questão de comodidade. Também se o voto, seja ele qual for, não valesse nada, não tínhamos garantidamente os governos que temos tido. Daí o eu ter dito para se informar desde o acordo de Alvor, passando por Lusaka , até à vivência dos povos das ex-colonias neste momento. Se nesta troca de impressões não consegui explicar-me ou dizer-lhe aquilo que penso , o defeito é meu.
Imagem de perfil

De manuel gouveia a 12.11.2010 às 10:38

Alguém se mexeu para defender os seus interesses? Os colonos estavam comodamente instalados beneficiando das tropas do continente que aí iam proteger os seus interesses. Quando estas tropas regressaram, o que fizeram os colonos? Não perceberam que agora lhes tocava a eles defender os seus interesses? Quem se atraiçoou por omissão?
Sem imagem de perfil

De zeparafuso a 12.11.2010 às 12:31

Continuo a dizer que deve estar a fazer alguma confusão. Por acaso tive 48 (quarenta e oito meses) de tropa, feitos totalmente no Ultramar ( era obrigado a cumprir serviço militar ). Devo também lembrá-lo que houve alguma revolta, por exemplo, e estou a citar de memória (aquela que ainda me vai restando ) em Moçambique e que mais uma vez foram atraiçoados. Posso-lhe ainda dizer que muitas pessoas que tinham lá os seus haveres, como casas totalmente pagas ) e qual foi a indemnização que o estado deu por estas terem sido nacionalizadas? Posso-lhe também dizer que o consulado de Portugal em Moçambique que autorizou a que se depositasse dinheiro no dito e que cada vez que alguém necessitava de levantar algum tinha que o levantar todo, ficando uma parte para o consulado a que na altura não chamavam despesas de manutenção, mas juros, por haverem guardado o dinheiro durante aquele período Para saber a veracidade do que acabo de afirmar basta perguntar a quem viveu lá. Isto foi-me provado por um amigo que tinha acabado de vender a empresa de que era proprietário e viu-se forçado a depositar o dinheiro no consulado. Não fale do que não conhece com essa leveza toda. Volto a dizer-lhe para se informar desde o acordo do Alvor passando por Lusaka , até à vivência actual. E para se certificar disto venha até cá e veja, pergunte, fale com as pessoas .
Imagem de perfil

De manuel gouveia a 12.11.2010 às 20:41

O que não podemos é pretender como povo que a responsabilidade de termos empurrado com a barriga um império colonial século XX a dentro é de Salazar, tal como não podemos culpar Mário Soares por não o ter perpetuado até ao século XXI.

Aceite só isto: éramos uma aberração e pagámos por isso.
Sem imagem de perfil

De zeparafuso a 12.11.2010 às 21:51

Como povo não pretendo enaltecer Salazar, nem Mário Soares. Um direito que me assiste é de não gostar de nenhum deles, incluindo claro, Almeida Santos. Como Povo sinto indignação por me terem tirado aquilo que construi com o meu trabalho. Como Povo, acredito que uma revolução não se faz com cravos. Como Povo acredito que a revolução só foi feita com flores, porque Portugal é um jardim à beira-mar plantado. Só assim se entende uma revolução de flores. Só assim se entende a vida do Povo agora. Só assim se entende a passividade do Povo. Só assim se entende o " afundanço " do MEU país. Quanto ao termos errado no Ultramar, não tenho duvidas, como erramos ao expulsar os empresários mais bem sucedidos do País, ou mais ricos se quiser , e depois fomos buscá-los porque chegámos á conclusão que eles faziam falta ( Fomos buscá-los depois de termos estragado tudo aquilo que fizeram de bom, tudo aquilo que construíram ). Caso flagrante António Champalimaud . Não serve de exemplo? Correram com ele e depois quase pediram por favor que regressasse. Pois talvez tivéssemos sido aberração. Champalimaud deixou um legado de 500 milhões de euros para a criação de uma fundação em Portugal, que existe, mas este aparte era só para chamar a atenção do que se fez em Portugal, a homens como ele e isto o M.Gouveia tem obrigação de saber, melhor que eu, que só sei pelo que leio e infelizmente a minha 4ª classe a mais não permite.

Comentar post