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A verdade da mentira

por Eduardo Louro, em 30.07.13

Ouve-se nas notícias que o ex-ministro Vítor Gaspar defendeu hoje a sua sucessora no Parlamento. Olha-se para aqui e não é isso que se percebe. A não ser que, como por aí se pretende, o que esteja em causa seja outra coisa que não o facto de a ministra ter mentido ao Parlamento.

É que, o que Vítor Gaspar disse, foi mesmo que a ministra Maria Luís Albuquerque mentiu!

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Acontecimento da semana

por Eduardo Louro, em 01.07.13

Na semana da greve geral, normal seria que fosse esse o acontecimento da semana. Não foi!

Não foi a greve geral o acontecimento da semana passada. Foi a clara e inequívoca expressão da oposição das associações patronais – todas – à política que o governo prossegue, para sempre a política de Gaspar.

Com esta posição as associações patronais, em véspera de greve geral, diziam ao governo que também estavam desse lado. Diziam ao governo que, definitivamente, não acreditavam nesta governação. Que o recente paleio do crescimento, que – tomem nota - este é o momento do investimento, não passava de conversa fiada de vendedor de banha da cobra. Que o governo em que já ninguém acredita estava completamente sozinho. Como bem ilustrava, logo de seguida e como aqui se deu conta, Ângelo Correia, também ele a dizer que o governo não sabia o que andava a fazer!

Esta não foi a semana da greve geral. Esta foi a semana em que o governo caiu, mesmo que apenas se venha a dar por isso daqui por umas semanas. Porque, ao perceber que já não dispunha de qualquer crédito, Gaspar descobriu que nem ele já acreditava nele próprio. Isso é notório e evidente na carta de demissão que dirigiu ao primeiro-ministro - ao primeiro-ministro com conhecimento a todos nós, bem entendido - quando se refere às suas limitações e responsabilidades no incumprimento do programa de ajustamento. E quando expressa que a repetição desses desvios minou a sua credibilidade e que, credibilidade e confiança, eram contributos que não se encontrava em condições de assegurar.

Vítor Gaspar confessou-se o problema – incluindo no próprio funcionamento do governo, quando refere a forte convicção que a sua saída reforça a sua coesão e a capacidade de liderança de Passos Coelho – quando era ele a única solução. O governo era Vítor Gaspar, e Vítor Gaspar era o governo!

O governo caiu na semana passada, mas só hoje o tornou público naquela carta de demissão de Vítor Gaspar. Só Cavaco não percebeu!

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PQP

por Eduardo Louro, em 01.07.13

Teixeira dos Santos diz que avisou Vítor Gaspar dos swaps. Vítor Gaspar confirma, mas diz que a informação não era suficiente. Maria Luís Albuquerque continua a dizer que não recebeu informação coisíssima nenhuma. Que não sabia de nada... Mas já diz que não há problema nenhum, que isso nada custou aos contribuintes, porque o que se perdeu de um lado ganhou-se noutro…

Pronto: Vítor Gaspar sabia mas não disse nada à sua secretária de estado, e o PS quer saber porquêMas Aguiar Branco, mesmo ocupado a falar de combate a incêncidos, garante que o governo fala sempre verdade. E defende - o ministro da defesa serve para defender - a secretária de estado, que também é do governo. Que fala sempre verdade! 

Apetecia-me dizer: puta que os pariu! Mas não digo - afinal foi assim que nos vimos livres do Gaspar...

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Última hora: Vítor Gaspar sai do governo!

por Eduardo Louro, em 01.07.13

A notícia já corre por aí: Vítor Gaspar sai do governo!

Será que houve algum golpe de Estado sem que a gente se apercebesse?

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Coisas do tempo. Deste tempo!

por Eduardo Louro, em 08.06.13

Ontem, Vítor Gaspar garantiu que não havia investimento por culpa da chuva. Hoje a chuva apareceu só para dizer que não. Que não tem culpa nenhuma disso. Nem do Vítor Gaspar ser parvo!

E deixou-se ficar. Não que ache que isto seja sítio para se ficar, mas porque acha que quem o aguenta há tanto tempo também a aguenta bem num fim-de-semana prolongado. Mesmo que às portas do Verão!

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Stand up comedy

por Eduardo Louro, em 07.06.13

 

A queda do investimento no primeiro trimestre deve-se à chuva, com efeitos gravosos na construção, garante-nos Vítor Gaspar. E, claro, nós acreditamos: é uma evidência que nos entra pelos olhos dentro.

Quando diz que aprende com os erros é que já temos mais dificuldade em acreditar. Especialmente quando é dito tão em cima da outra!

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O sucesso está a passar por aqui

por Eduardo Louro, em 30.05.13

Vamos percebendo, pelo que nos dizem o Gaspar e o Schauble, o governo e a UE, que está tudo a correr bem. De Gaspar, que está tudo tão bem que até já chegou um novo tempo, o de olhar para o investimento. De Schauble, que graças ao nosso pequeno génio das finanças, o processo de ajustamento português é um exemplo que deve correr mundo. Da UE, que Portugal é um caso de sucesso…

Quando se completam dois anos de intervenção da troika, será interessante pegar em dois ou três dos principais indicadores económicos e ver o que se passou, não esquecendo que nestes dois anos já se passou de tudo. Desde juras a pés juntos de Passos e Gaspar de que as metas seriam cumpridas custasse o que custasse ao nem mais dinheiro nem mais tempo. Desde o falhanço de todas as precisões de Gaspar à revisão das metas em todos os anos!

No quadro abaixo faz-se esse exercício pegando nas metas para 2013 do Memorando assinado há dois anos, para o desemprego, o défice orçamental e a dívida pública, estes, um e outra, o alfa e o ómega do programa de ajustamento. E comparando-as com os últimos números do governo, mas também com os do Relatório da OCDE, ontem apresentado.

 

   Desemprego     Défice  Dívida 
       Pública
Memorando da Troika  13,5% 3,0% 114,9%
Última revisão (Março 2013) 17,7% 5,5% 123,0%
Relatório da OCDE (ontem) 18,2% 6,4% 132,0%
       
Variação  34,8% 113,3% 14,9%


E percebe-se, como todos sentimos, que nada está a correr bem. E percebe-se por que é que Gaspar, ao mesmo tempo que diz que, cumprida a fase da austeridade chegou agora a altura do investimento, vai dizendo que se enganou uma vez ou outra – pedindo pelo meio que tenham pena dele por ser do Benfica - mas que o problema é do Memorando, que foi mal negociado. Exactamente o mesmo que PSD e CDS pediram, cuja negociação teve em Catroga o principal protagonista, que Passos anunciou como programa de governo e para além do qual juraram ir. Como se percebe, porque é um exercício de contorcionismo do mesmo grau de dificuldade, que diga que as diferenças entre as previsões da OCDE e do governo são umas pequenas décimas… Que se explicam por aquele organismo não ter levado em conta o recente Super Crédito Fiscal! 

O tal com que Gaspar quer convencer não sei quem que vêm aí charters de investidores nos próximos seis meses. Para instalar negócios e empresas, desenhar e arrancar com projectos de investimento num contra-relógio diabólico que lhes irá garantir um bom desconto no IRC que irão pagar pelos lucros que haverão de vir das vendas que irão fazer num mercado que não existe. Claro, se todas as licenças e autorizações necessárias não demorarem dois, três, quatro, dez anos a emitir… 

Não se percebe é por que é que os senhores da UE dizem que o sucesso está a passar por aqui...

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Sem rumo... vá lá para onde for!

por Eduardo Louro, em 29.05.13

 

Já todos perdemos a capacidade de nos indignarmos com a desfaçatez dos políticos que nos governam. Com a falta de vergonha, com a falta de sentido do ridículo, com a aldrabice…

Só isso poderá explicar que Vítor Gaspar diga estas coisas sem que ninguém se importe. Ouvir nesta altura Gaspar dizer, com o ar mais sério deste mundo e a maior das convicções, que “o país está agora numa situação em que pode entrar numa nova fase da recuperação, menos baseada nas exportações”, e que depende agora mais “da dinâmica interna e do investimento produtivo”, dá voltas ao estômago de qualquer um.

Quando tudo falhou, quando até o comportamento estóico das exportações nacionais começa também a ceder, quando já não há tábua a que o náufrago se possa agarrar, Vítor Gaspar vem dar o dito por não dito, inverter o discurso, dizer que é bom o que antes era mau.

Fica provado que Vítor Gaspar tinha um rumo, só que nem ele nem ninguém alguma vez soube qual era. Limita-se a seguir um senhor numa cadeira de rodas, acreditando que ao seu lado, vá ele para onde for, vai bem!

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A pergunta que se impõe fazer

por Daniel João Santos, em 10.11.11

Após a intervenção hoje de Vítor Gaspar durante o debate do Orçamento de Estado, quantos deputados estavam acordados?

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Uma sugestão

por Daniel João Santos, em 25.09.11

Depois de ouvir Vítor Gaspar a falar no FMI, num fluido inglês, sugiro que cá abandone o português adormecedor e faça igual.

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