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Bluff, predador e caça

por Eduardo Louro, em 08.10.15

 

Ninguém terá grandes dúvidas que estamos a atravessar uma das mais fervilhantes fases do jogo político. Estamos perante uma certa pokerização da política, onde o bluff é rei. Imagine-se a excitação de Marcelo, se  fosse já o Presidente da República... 

Ninguém sabe, mas toda a gente admite, que o PS apenas está a manifestar toda a abertura à esquerda para que a coligação de direita suba a parada. Ninguém sabe, mas muita gente admite, que o PCP apenas demonstrou toda a abertura ao PS, roçando a própria emulação, para o encostar ainda mais á parede. E para dar o golpe de mesericórdia em Cavaco. Ninguém sabe, mas já se admite, que o Bloco adiou o seu encontro com o PS apenas para primeiro saber como tinham corrido as coisas com a coligação.

Provavelmente, nem o PCP está tão disposto a entregar um cheque em branco a António Costa, nem este está assim tão interessado nele. E muito provavelmente o Bloco está a perceber que tem pela frente a sua grande oportunidade histórica, e que para não a desperdiçar só tem agora que fazer bluff. Só tem que se mostrar completamente empenhado numa solução de governo com o PS, mesmo que não esteja nada interessado nisso.

Provavelmente é tudo isso. Mas, se o PS não agarrar esta oportunidade que a História lhe depositou nas mãos de formar governo com a esquerda - que não se esgota na obrigação de o formar, mas que não lhe permite quaisquer ambiguidades -  mais provável que tudo isso, é a sua pasokização. No jogo político actual, com tudo o que está em cima da mesa, não há lugar para meias tintas: o PS ou é predador ou é caça. E sendo caça, depois, nem os ossos se lhe aproveitam!

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A tradição já não é o que era

por Eduardo Louro, em 04.10.15

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A tradição já não é o que era, e António Costa não se demite. Contrariamente a tudo o que seria previsível: obviamente não se demite!

O que não quer dizer que não possa vir a ser obrigado a rever essa decisão. Que não é irrevogável ... Falta saber se no PS há coragem para o obrigarem a isso. Vontade há, coragem é que talvez não. 

Há quem acredite que, com a lição aprendida, daqui a pouco tempo chegue de novo a hora. Pode não ser assim, mas o pior mesmo é se a lição não ficou aprendida. É cedo para perceber isso, mas a ideia que fica é que a lição está longe de estar aprendida. O problema é que o problema do PS não se fica por uma lição. Nem por duas ou três lições, o problema é todo um programa. E quando assim é há muito mais voltas a dar...

O PS não precisa apenas de renovação. Não precisa apenas de gente nova, nem só de ideias novas. Precisa de um espaço novo!

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O que realmente interessa

por Daniel João Santos, em 13.09.15

Fundamental nesta já campanha para a eleições legislativas é saber quem chamou a Troika. Agora, saber quem durante 40 anos esteve no poder, numa alternância que de alternância só tem nome, colocando Portugal no estado em que está, isso não interessa nada. Saber quem destruiu as pescas, a agricultura, milhares de pequenas e médias empresas, atacou os trabalhadores e espremeu os bolsos dos portugueses num brutal aumento de impostos, quem foi mais além da troika, isso não interessa. Interessa sim o folclore, já a substancia é irrelevante.

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Coisa com coisa

por Eduardo Louro, em 21.08.15

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Parece mesmo que António Costa ainda não percebeu grande coisa do que aconteceu aos socialistas e social-democratas por essa Europa fora. Não percebeu que o virus que Blair deixou na social democracia europeia tomou conta dos seus partidos de bandeira. Não percebeu o que aconteceu aos seus congéneres gregos, espanhois ou franceses... Não percebeu sequer grande coisa do que aconteceu ao partido que quis liderar, não se sabe agora bem para quê...

E, sem perceber nada disso, não percebe grande coisa do que está a acontecer. Não percebe as sondagens e não percebe, de todo, que o caminho mais rápido para o quer que seja é sempre uma linha recta. Não percebe que curvas, desvios e ziguezagues tornam sempre a coisa mais difícil...

E quem não percebe isso não consegue perceber que o mínimo  que a despropositada colagem a Manuela Ferreira Leite lhe poderia valer era mesmo ser acusado de não dizer coisa com coisa por quem não diz coisa com coisa. Que não é grande coisa... Pelo menos quando a coisa é confiança!

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Quando o como é quanto

por Eduardo Louro, em 19.08.15

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Duzentos e sete mil empregos!

Bem sei que não é uma promessa. É um compromisso. Mas será que ninguém se lembra dos 150 mil de há seis anos?

Bem sei que o toda a gente acha que o emprego é o abre-te Sésamo da gruta do voto. Por isso é tão grande a manipulação que o governo e a coligação fazem desses números... Mas era mesmo necessário seguir uma fórmula que por sinal até correu tão mal?

Claro que temos de saudar estas coisas de "O Quanto, o Quando e o Como". E, claro, falar de "quanto" sem falar de quanto emprego era deixar de fora o maior dos quantos. Com o "quando" pacífico, e os outros quantos nos 118% do PIB para a dívida e no 1,4% para o défice, é no "como" que poderá estar o diabo. Tanto maior quando falta o maior quanto do como... 

Quanto crescimento?

 

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O contributo de Schulz

por Eduardo Louro, em 05.07.15

 

Para quem não percebia por que é que o PS não descolava com Seguro, e não descolou nem descola com Costa. Para quem não percebe por que é que não é seguro que o PS consiga ganhar as eleições ao mais incompetente governo da direita, e à direita mais incapaz que Portugal conheceu. Para quem não percebeu, nem percebe, o que aconteceu à esquerda social democrata europeia da Internacional Socialista, que explica o que está a acontecer ao PS, em Portugal e ao PSOE, em Espanha ... Martin Schulz, o social democrata alemão que preside ao Parlamento Europeu, explicou tudo muito bem explicadinho. Para quem ainda assim não consiga perceber, Hollande esclarece o resto. Em sessões práticas, todos os dias...

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Inigmas

por Eduardo Louro, em 08.06.15

 

Francisco Assis voltou... Voltou de novo, voltou mais uma vez... Fosse porque lá estava António Capucho, e ele não ser homem de deixar protagonismos por mãos alheias, fosse simplesmente poque ele é mesmo assim. Como o mar, de ir e voltar... Nunca importando muito como vai, e menos ainda como volta.

Há dois anos atrás defendia uma coligação com a direita. A única possível, garantia, e insurgia-se contra o extremismo da linguagem contra o governo, enquanto exultava com a perspectiva do maior protagonismo de Portas no processo de coordenação política do governo. Há apenas seis meses abandonou o congresso... Não se revia no partido, aquilo era tudo muita esquerda...

Agora voltou, na convenção, e o governo já é a direita extremista com quem se não pode estabelecer compromissos. E não é de agora, é de há muito: "Não pode haver compromissos com quem há muito se excluiu deles"!

Não mudou de ideias, jura. Pode ser que não, e que nós é que andemos todos a dormir...

Quando reparei, depois do inevitável beliscão para confirmar que estava acordado, dei por mim a pensar que nos estão sempre a dizer que é na cabeça deste homem que mora o mais sólido pensamento do PS...

Porquê? É que gosto mesmo de inigmas...

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Intoxicação do povo

por João António, em 20.05.15

Como não acredito em milagres, também me parece que o que se aproxima não me vai fazer mudar de ideias.

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Milagres

por Eduardo Louro, em 20.05.15

 

Sei que o PS apresentou hoje uma espécie de pré-programa eleitoral. Sei que o PS está numa de não me comprometam. É preciso marcar terreno, mas nada de exageros. Nada é definitivo, tudo é provisório... Não vá o diabo tecê-las. Por isso tudo vale o que vale... mesmo que não valha nada!

Não deixa de me surpreender é que o ministro da economia não tenha tempo para ler os relatórios do FMI, e que o chefe do governo não tenha problemas de tempo para ler tão depressa o tal pré-programa eleitoral do PS. E de concluir imediatamente que não passam de "milagres que conduzirão o país ao desastre"!

Até pode ser que seja isso. Mas assim ninguém acredita... Ou acreditam os que querem acreditar... Os que acreditam em milagres!

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Nem alternativa nem alternância

por Eduardo Louro, em 03.01.14

 

O PS (S de Seguro, que já foi S de Sócrates) lá vai continuando a enterrar-se. Não reagiu ontem, ao contrário de toda a gente, à medida do governo de substituição dos cortes nas pensões declarados inconstitucionais. Guardou para hoje a sua posição, o que poderia deixar prever uma resposta adequada e certeira, de verdadeira alternativa, credível, responsável e confiável... Que chegou pelas palavras do próprio Seguro!

Simples: o corte de pensões que o Tribunal Constitucional chumbou representa apenas 0,2% do PIB, o que não é nada. O défice acomoda muito bem estes 0,2%, pode muito bem passar para 4,2, em vez dos 4%!

Espantoso, não é?

Seguro não percebe sequer que está a dizer aos portugueses que não tem uma ideia, uma alternativa, para um problema que vale 0,2% do PIB. Não percebe que nem para uns míseros 0,2% do PIB sugere tocar em nada do que é intocável para o governo. Não percebe que  se está a confirmar igual na defesa do bloco central dos interesses...   

É por isto que é apenas Seguro, o melhor seguro de vida, para Passos, Portas e Cavaco. É hoje claro que o PS deixou de ser alternativa e está prestes a deixar de ser até alternante!

 

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