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Para o marcante Presidente da República que temos tudo é marcante. Agora é a morte de Nelson Mandela que é "o acontecimento mais marcante de sempre"...
A vida de Mandela terá tido algum interesse, mas marcante mesmo é a sua morte. Que seria do mundo se Mandela não tivesse morrido?
Francamente...
Também isto é obra de Mandela. O cumprimento entre os presidentes americano e cubano nunca teria existido sem Mandela…
Quando Obama se deslocava para a tribuna, para o seu discurso nas cerimónias fúnebres públicas de hoje em Joanesburgo, cruzou-se com Raul de Castro e … apertaram as mãos. Simbólico, não mais que isso. É mais um símbolo!
Não simbólico, apenas curioso que seja Dilma a testemunhar este cumprimento que poderia ser - mas que não será - histórico. Não creio que seja...
Também simbólica - e preocupante - foi a manifestação pública de hostilidade ao presidente sul africano Jacob Zuma!
Sr. Aníbal
Não estou em condições de fazer despesas desnecessárias neste momento. Tenho muita estima pelas minhas televisões, preciso delas e não me apetece comprar outras novas. Agradeço por isso que não volte a aparecer em nenhuma delas emitindo sons acerca do Herói que perdemos ontem.
Sente-se à braseira sossegado, que os frios não estão para brincadeiras.
Temos o muito nosso hábito de transformar os mortos em pessoas perfeitas. Um tipo pode não ter sido lá grande coisa em vida, mas logo que morre passa a ser o melhor do mundo… É normalmente assim em Portugal, e a isso chama-se hipocrisia. Em que também não somos nada maus…
A morte de Mandela mostrou-nos que essa hipocrisia não é um exclusivo nacional, mas mostrou-nos também que nem no caso deste Homem ímpar deixamos os nossos créditos por mãos alheias. A unanimidade à volta de Mandela não é assim tão desprovida dessa hipocrisia. Por exemplo, foi bonito de ver o discurso de Obama, elevando Mandela à categoria de seu mentor, de exemplo no passado e de luz para o futuro. Mas Mandela manteve-se proscrito nos Estados Unidos até 2008, foi mesmo até então considerado terrorista…
Também o Presidente Cavaco - que atinge o ridículo - e o primeiro-ministro Passos, não pouparam nos encómios, deixando a ideia que também em Portugal se não fugia à unanimidade em volta desta que é uma das maiores figuras da História Contemporânea. Tem sido no entanto recordada uma das últimas iniciativas em sede de plenário da ONU contra o regime do apartheid, em 1987, numa votação em que se pedia a libertação de Nelson Mandela, onde o governo presidido por Cavaco levou Portugal a votar contra, ao lado dos Estados Unidos, de Regan, e do Reino Unido, de Tatcher.
Ouvido sobre assunto, o actual ministro dos negócios estrangeiros engasgou-se - mas isso já é costume em Rui Machete – acabando por se limitar a invocar a sinceridade dos sentimentos manifestados agora pelo governo português. Mais refinadas foram as declarações de João de Deus Pinheiro, ministro dos negócios estrangeiros (MNE) daquele governo de Cavaco, para quem a decisão teria sido de um qualquer director geral. Dele – MNE – não tinha sido e que Cavaco não tinha tido nada a ver com aquilo. Que o que importava relevar era o papel do agora Presidente da República no fim do apartheid na África do Sul, vejam só.
Maior hipocrisia é impossível!
O presidente sul africano Jacob Zuma acabou de anunciar ao mundo que Nelson Mandela deu por concluída a sua luta pela vida. Desistiu de fazer aquilo que sempre melhor soube fazer. Obrigado, obrigado por tudo Mandiba...