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Sultão - o Burreco que veio de Miranda

por Cristina Torrão, em 21.07.15

Sultão, o burreco que veio de Miranda.jpg

Pardinho, Pernas, Orelhas, Ruço, Sultão – cinco nomes para o mesmo burro, conforme os seus donos, adaptando-se às funções que desempenha: animal de carga, meio de locomoção para o pastor com deficiência nas pernas, companheiro de brincadeiras, consolo na solidão, burro de passeio, ou mesmo animal com capacidades terapêuticas para doenças da alma e do corpo. Também poderiam ser diferentes burrecos, subestimados ao longo dos tempos, mas sempre fiéis aos humanos, seja quais forem as condições de vida. Até para um Contador de Histórias, que pretende «promover e desenvolver o gosto pela leitura», o burro é imprescindível, nas incursões pelo Planalto Mirandês, desta vez, com o nome de Atenor, tendo livros como carga nos seus alforges.


Isabel Maria Fidalgo Mateus presenteia-nos com mais uma excelente novela, na qual retrata a vida transmontana como ninguém, de um passado recente até à atualidade, vida impossível de imaginar sem a ajuda e a companhia de animais, dando a estes a dignidade que tantas vezes faltou e continua a faltar.

A modificação nas condições de vida conduziu à procura de novas funções que justificassem a existência destes animais e garantissem o seu bem-estar e é nesta linha que se desenvolve o trabalho da AEPGA – Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino. 

O lançamento de Sultão – o Burreco que veio de Miranda, com ilustrações de Cristina Borges Rocha, foi incluído no programa do festival itinerante L Burro I L Gueiteiro (O Burro e o Gaiteiro, em mirandês), organizado pela AEPGA. No próximo sábado, 25 de Julho, o festival assentará arraiais na Aldeia de Vila Chã da Braciosa, perto de Miranda do Douro. Com diversas atividades, que incluem passeio, piquenique e várias oficinas (consultar programa aqui), terá lugar, às 18h 30m, o lançamento e leitura encenada por Bruno Lopes de alguns textos do Sultão.

Aproveito para dizer que todo o programa do festival itinerante L Burro I L Gueiteiro é ideal para uns dias de férias diferentes. Terá lugar de 22 a 26 de Julho e surge como um esforço de revitalizar e valorizar dois elementos chave da cultura mirandesa: o Burro de Miranda e o tocador de Gaita-de-Fole, em cinco dias de itinerância pelas aldeias da região, levando burros, gaiteiros, teatro, dança e música ao encontro das populações locais. Usando as palavras dos organizadores, trata-se de um evento a pensar em todos, miúdos e graúdos. A AEPGA também tem página no Facebook.
 

Festival Itinerante Mirandês.jpg

Para mais informações sobre a escritora Isabel Maria Fidalgo Mateus, de quem já tinha falado a propósito do seu lindíssimo livro Farrusco – Um Cão de Gado Transmontano, e que tem um dos seus livros, O Trigo dos Pardais, incluído no Plano Nacional de Leitura, visitem o seu site - http://www.isabelmateus.com/main.php, ou o seu mural no Facebook.

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O Estado deste governo

por Eduardo Louro, em 29.10.13

Se não bastasse a sucessão de disparates, sem sequer intervalo, deste governo aí teríamos as jornadas parlamentares da maioria a provar que isto não tem mesmo cura. E se não bastassem as jornadas parlamentares, aí estaria o regresso em grande da ministra Assunção Cristas.

Como se nada mais preocupasse o país, como se de um país sem qualquer problema se tratasse, a ministra chega de licença de parto e entende que tem que se meter com os animais que as pessoas têm em casa

Este é, decididamente, um governo de loucos. Um governo que diz querer tirar o Estado de tudo, mas depois põe o Estado a meter o nariz em tudo. Na véspera - será que é desta? - da apresentação do guião da reforma do Estado - que o chefe da ministra está para apresentar desde Fevereiro - nada melhor...

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Histórias de Animais (30)

por Cristina Torrão, em 27.08.13

Todos nós já ouvimos falar de experiências de quase morte: as pessoas veem-se a entrar num túnel, no fim do qual as espera uma luz forte. Experimentam a sua vida a passar por elas a grande velocidade, enquanto as envolvem as vozes daqueles que amam. Ficam imunes ao medo e à dor e conseguem ver o seu próprio corpo deitado e o pessoal médico a tentar reanimá-las.

 

São relatos que nos ajudam a acreditar numa vida depois da morte. Mas há céticos. E cientistas da Universidade de Michigan descobriram algo que pode dar razão a estes últimos: nos primeiros momentos, a seguir à morte, uma atividade cerebral repentina pode ser responsável por tais visões, assim uma espécie de truque da Natureza, que, perante a angústia, nos dá a ilusão de estarmos a entrar num sítio agradável. Até agora, tal atividade cerebral era considerada impossível, já que, a partir do momento em que o coração parasse de bater, nada mais poderia acontecer. A equipa à volta do cientista Jimo Borjigin diz que é precisamente ao contrário: dada a última batida cardíaca, a atividade cerebral atinge, por breves momentos, um valor oito vezes mais alto do que o normal.

 

Descobertas que, a confirmarem-se, bem podem pôr em causa muita coisa em que acreditamos. Mesmo mais coisas do que muitos de nós imaginam: as experiências que levaram a estas conclusões foram feitas com ratazanas! O que prova que também o cérebro dos animais irracionais (ou, pelo menos, de alguns deles) usa truques semelhantes ao do nosso. E torna a estar em causa o facto de os animais terem sentimentos, imaginação, medo da morte e outras aptidões que muitos de nós acham exclusivas do homo sapiens.

 

Nota: o link conduz a uma notícia em língua alemã.

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Os canadianos devem andar doidos

por Cristina Torrão, em 17.08.13

A polícia canadiana encontrou 40 cobras pitão em várias caixas de plástico num quarto de hotel em Brantford, na província de Ontário. As cobras foram descobertas no quarto de um casal que tinha sido despejado de casa e estavam em mau estado de saúde. Esta descoberta surge 11 dias depois de duas crianças terem sido mortas por uma cobra pitão na localidade de Campbellton, em New Brunswick.


Além de porem em perigo vidas humanas, atitudes destas revelam falta de respeito pelos animais e pela Natureza. E por causa de quê? Ganância? Tentativa de ser diferente?

O ser humano no seu pior!

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Este mundo está perdido (1)

por Cristina Torrão, em 21.03.13

José Sócrates, que já foi primeiro-ministro, vale, no seu país, menos do que um cão assassino! Enquanto ao bicho se queria dar uma segunda oportunidade, a petição na Internet que se opõe ao regresso do ex-primeiro-ministro à RTP tem cerca de 50 mil subscritores!


Mais um exemplo de favorecimento de um animal em relação a um humano!

 

Nota (acrescentada posteriormente): Este post é irónico. Qualquer semelhança com piedade por ex-primeiros-ministros e receio de que os valores estejam invertidos, na relação entre humanos e animais, é pura coincidência. E o sapinho verte lágrimas de crocodilo ;-)

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Histórias de Animais (14)

por Cristina Torrão, em 04.11.12

A Vespinha fala-nos da responsabilidade de ter um animal:

 

É quando os meus bichos ficam doentes que me apercebo de que não é qualquer pessoa que pode ter um animal, pois é nessas alturas que eles demonstram que não servem apenas para serem bonitos ou para nos fazerem companhia, que nos lembram que são seres vivos.

Ter um animal não é só alimentá-lo, brincar com ele e dar-lhe festinhas ou levá-lo a passear. É ficar ao lado dele quando está doente (como, no fundo, ele faz connosco), é não olhar à carteira quando é preciso comprar medicamentos ou pagar operações, é estar o máximo de tempo em casa para nos sentir por perto. É levantarmo-nos do sofá de 10 em 10 minutos para ver se está bem, é doer-nos o peito quando temos de lhe administrar medicamentos que sabemos que o estão a incomodar, é sentir um aperto por saber que está triste.

Eu este ano tive a certeza (já por duas vezes) de que posso e devo ter animais.

 

Quem acha este texto um exagero, não deve levar um animal para casa. Não estou a criticar, nem a desdenhar, cada um é livre de tomar a sua opção. Mas, ao tomá-la, que o faça conscientemente!

 

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Dia Mundial do Animal

por Cristina Torrão, em 05.10.12

Ontem, dia de São Francisco de Assis, foi também o Dia Mundial do Animal. Venho atrasada, mas, mesmo assim, não quis deixar de assinalar, até porque, por todo o país, há uma série de inciativas que se prolongarão durante o fim-de-semana, como esta, em Lisboa:

 

 

E, se eu não escrevi sobre o evento, houve quem o fizesse. E muito bem! Deixo aqui os links para três grandes posts:

 

Olé!

Dia do Animal

Ontem a RTP portou-se muito mal

 

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Histórias de Animais (12)

por Cristina Torrão, em 20.09.12

A estupidez humana não tem limites! Andam cerca de 250 touros à solta pelo concelho de Idanha-a-Nova, que já provocaram mortos e feridos, acidentes na estrada nacional e destruição de carros.

 

A situação arrasta-se desde 2000 e teve origem em desentendimentos entre um veterinário e habitantes da região, numa história sem pés nem cabeça. Lê-se e não se acredita! E toda esta trapalhada irá culminar num massacre, que poderia ser evitado, se as pessoas não fossem tão mesquinhas, estúpidas e arrogantes.

 

Na minha próxima vida quero ser cão/cadela. Corro o risco de ser abandonada, desprezada e que me tratem a pontapés. Mas também há humanos a quem cabe essa sorte (serão talvez mais do que aqueles que têm uma vida digna). E, pelo menos, serei bem mais inteligente!

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Histórias de Animais (11)

por Cristina Torrão, em 14.09.12

 

Que o ser que mais amo seja o cão

Dizes tu, Homem, que é pecado?

O cão foi-me fiel no furacão,

O Homem, ao mínimo vento, se pôs ao largo.

 

São Franciso de Assis*

 

 

* Tradução livre de versos lidos em alemão. É possível que a versão portuguesa "oficial" seja ligeiramente diferente.

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Regresso às origens

por Cristina Torrão, em 14.09.12

O aumento do preço dos combustíveis está a obrigar alguns agricultores transmontanos a optarem pelo regresso à tracção animal.

 

Ora, aqui está uma boa ideia! Desde que tratem bem dos animais, claro.
Hoje em dia, quando vou à aldeia transmontana de onde o meu pai é oriundo, quase asfixio com os escapes dos inúmeros tratores que circulam pela única rua da povoação, a par dos carros que se usam para ir tomar café a trinta metros de casa. Que saudades dos bois e dos burros da minha infância... As bostas pela rua (sempre a única que a aldeia teve), se bem que dificultavam o seu atravessamento, não cheiravam tão mal nem intoxicavam os pulmões como o gasóleo!

 

Via Blogue do Manel

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